Mineradora brasileira? Da série engana que alguns eleitores gostam

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Vamos lá: seja um bom/boa leitor/a: Todas as vezes que a Folha vai vilanizar Lula, tem algo como "entenda o caso dossiê"; "mais sobre a corrupção do Lula" etc... ou seja, existem links para matérias (produzidas ou não eis a questão) relacionadas (ou que a Folha acha por bem relacionar.
Mas hoje topo com isso aqui:
24/10/2006 - 09h23
Vale do Rio Doce compra empresa canadense e se torna a 2ª maior mineradora do mundo
Da Redação

Em São Paulo
A Companhia Vale do Rio Doce concluiu, no final da tarde desta segunda-feira, a aquisição da 75,66% do capital da mineradora canadense de níquel Inco, e deve se tornar, assim, a segunda maior mineradora do mundo, atrás apenas da anglo-australiana BHP Billiton.

A mineradora brasileira adquiriu mais de três quartos do capital da Inco com a compra pública no mercado de 174.623.019 ações ordinárias da empresa, por 86 dólares canadenses (o equivalente a R$ 162,65) cada ação. A operação completa é estimada em US$ 17,2 bilhões (R$ 36,79 bilhões).

A Inco é a segunda maior produtora de níquel do mundo. Com a aquisição, a Vale do Rio Doce, maior produtora de minério de ferro do mundo, diversifica seus negócios, já que cerca de três quartos das receitas da empresa brasileira vêm de negócios com minérios ferrosos.

O negócio é concluído dois meses e meio após a Vale fazer uma oferta de quase US$ 18 bilhões (R$ 38,50 bilhões) à vista pela mineradora canadense.

Além da conclusão desta fase da negociação, a Vale divulgou ainda que prorrogou o prazo de sua oferta pública pelas demais ações da mineradora canadense até a meia-noite (horário de Toronto) de 3 de novembro deste ano "para prover aos acionistas da Inco que ainda não aderiram à oferta oportunidade de analisá-la e aceitá-la".

De acordo com comunicado, a Vale pretende "tomar medidas para adquirir as ações ordinárias da Inco remanescentes no mercado".

Segunda maior do mundo
Com a compra da segunda maior produtora de níquel do mundo, a Vale, que tem valor de mercado de cerca de US$ 50 bilhões, subirá três posições no ranking global das maiores mineradoras, ficando em segundo lugar, atrás da BHP Billiton. A Vale produz atualmente cobre, bauxita, potássio, alumina e alumínio, além de minério de ferro.

A Vale informou, ainda, que pretende recompor o Conselho de Administração da Inco e retirar as ações da companhia das listas das bolsas de Nova York e Toronto assim que possível.

A empresa brasileira acrescentou que pretende, assim que o número de acionistas da Inco for reduzido, fazer com que a mineradora canadense deixe de ter obrigação de divulgar informações no Canadá e nos Estados Unidos.

Lucro recorde
A canadense Inco teve o maior lucro de sua história nos três meses encerrados em setembro, com ganhos de US$ 701 milhões, conforme os critérios contábeis canadenses (Canadian GAAP), valor 11 vezes maior do que os US$ 64 milhões apurados no terceiro trimestre do ano passado.

Entre as razões para o bom desempenho está o aumento do preço do níquel. Em seu relatório de resultados, a Inco menciona que o preço médio da tonelada do minério na Bolsa de Londres foi de US$ 29.178 no terceiro trimestre de 2006, contra US$ 14.576 no mesmo intervalo do ano passado.

A Companhia Vale do Rio Doce já havia recebido aprovação do governo canadense para efetuar a compra de todas as ações ordinárias em circulação da Inco, última etapa legal para a concretização do negócio.

China
A Vale do Rio Doce anunciou hoje também que abriu negociações com o grupo siderúrgico Baosteel para a implantação de uma indústria de processamento de minério de ferro na China, possivelmente na província de Guangdong.

Um acordo inicial para construção de uma joint-venture de pelotas em Rizhao, na província de Shandong, não deu certo, e a Baosteel está agora procurando outro local, incluindo Zhanjiang, na província de Guangdong, afirmou José Carlos Martins, diretor-executivo de metais ferrosos da Vale.

"Qualquer que seja e quando quer que seja que a Baosteel decida construir, a Vale auxiliará a empresa como parceira ou como fornecedora de pelotas", afirmou Martins. O tamanho do investimento da Vale dependerá da Baosteel, acrescentou.

(Com informações da Reuters e do Valor Online)

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Ops! Mineiradora brasileira? brasileira onde cara pálida?
Cadê os links relacionados sobre o processo duvidoso de privatização da Vale, sobre a abertura de processo contra o modo que foi privatizada durante o governo FHC, sobre o movimento organizado dos trabalhadores que lutam pela desprivatização da Vale?

Como a Folha não deu começo por este aqui, mas há muitos na rede:

Justiça reconhece fraude na privatização da Vale
Por: AEPET - Maíra Kubík Mano
Segunda, 18/09/2006, 07:52

ARTIGOS

Se você tivesse um cacho de bananas que valesse R$9,00, você o colocaria à venda por R$0,30? Óbvio que não. Mas foi isso que o governo federal fez na venda de 41% das ações da Companhia Vale do Rio Doce para investidores do setor privado, em 1997. Eles pagaram 3,3 bilhões de reais por uma empresa que vale quase 100 bilhões de reais. Quase dez anos depois, a privatização da maior exportadora e produtora de ferro do mundo pode ser revertida. Em 16 de dezembro do ano passado, a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, anulou a decisão judicial anterior e reabriu o caso, possibilitando a revisão do processo. `A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público`, afirma Selene. Sua posição foi referendada pelos juízes Vallisney de Souza Oliveira e Marcelo Albernaz, que compõem com ela a 5ª turma do TRF. Entre os réus estão a União, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eles são acusados de sub-valorizar a companhia na época de sua venda. Segundo as denúncias, em maio de 1995 a Vale informou à Securities and Exchange Comission, entidade que fiscaliza o mercado acionário dos Estados Unidos, que suas reversas de minério de ferro em Minas Gerais eram de 7.918 bilhões de toneladas. No edital de privatização, apenas dois anos depois, a companhia disse ter somente 1,4 bilhão de toneladas. O mesmo ocorre com as minas de ferro no Pará, que em 1995 somavam 4,97 bilhões de toneladas e foram apresentadas no edital como sendo apenas 1,8 bilhão de toneladas. LEIA MAIS