NOVA GRIPE: Ministro da Saúde explica detalhes sobre a Influenza A (H1N1) 24/07/2009

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Áudio da Entrevista

LOC/REPÓRTER: O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, explica detalhes sobre o vírus Influenza A (H1N1). Qual a diferença entre a gripe comum e a Influenza A H1N1?

TEC/SONORA: ministro da Saúde – José Gomes Temporão

"As doenças se parecem muito. Seja do ponto de vista clínico, seja da gravidade da doença. Por exemplo, os principais sintomas comuns às duas doenças: febre, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, dores no corpo, cores articulares, musculares, são os principais sintomas. Praticamente não há grande diferença em relação a isso. E a gravidade também. A média, hoje, no mundo é de zero vírgula quatro por cento dos casos podem evoluir para o óbito. O importante neste momento é que se você apresentar algum destes sintomas, não fique em casa tomando chazinho da vovó. Ou pensando que é um resfriado simples e que vai se resolver sozinho. Procure um serviço de saúde, se você tem plano de saúde, o médico do seu plano, se o Sistema Único de Saúde, o centro de saúde, a unidade de saúde mais próxima da sua casa."

LOC/REPÓRTER: Quando eu devo procurar um médico?

TEC/SONORA: ministro da Saúde – José Gomes Temporão

"Nós estamos no inverno, e é um período, uma época do ano que as doenças respiratórias aparecem com mais freqüência. Principalmente os resfriados e gripes. E como nós sabemos que os sintomas são muito parecidos, seja da nova gripe, seja da gripe comum, é muito importante se você tiver febre, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, dores musculares ou dores nas articulações, procure um serviço de saúde."

LOC/REPÓRTER: A doença pode levar a casos mais graves?

TEC/SONORA: ministro da Saúde – José Gomes Temporão

"Seja da nova gripe, seja da gripe comum, na grande maioria das vezes as doenças evoluem da mesma forma as duas doenças. A grande maioria dos casos a pessoa se recupera sem problema algum. Em algumas situações sim, principalmente o que nós chamamos de grupos de risco. Crianças muito pequenas, idosos, pessoas com doenças crônicas, pessoas que estão, por exemplo, em tratamento de câncer ou de Aids ou que tenha sua imunidade baixa por algum motivo. Essas pessoas podem apresentar complicações. Para esses casos que apresentam complicações, nós temos uma rede de sessenta e oito centros de referência em todo o Brasil, com mais de mil leitos, totalmente equipados para atender estes tipos de casos. Essa avaliação vai ser feita pelo médico. O seu médico é que vai avaliar se o seu caso está cursando sem problemas, tranqüilo, se alguma coisa nova apareceu que vai exigir internação. O sistema de saúde está preparado para isso."

LOC/REPÓRTER: Por que o exame laboratorial parou de ser realizado em todos os casos suspeitos?

TEC/SONORA: ministro da Saúde – José Gomes Temporão

"Nós tomamos essa medida porque um percentual muito importante dessa incidência deram negativo para a nova gripe. Na realidade eram outras doenças, outros vírus, outros quadros. E com um aumento muito grande no número de casos no País, a prioridade nesse momento é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos mais graves e evitar as mortes.Além disso, a realização do exame não vai interferir na conduta do médico que está tratando o caso. Ou seja, ele vai acompanhar, ele vai ver se a doença cursa com tranqüilidade, se é benigna. E a conduta é uma, e ele vai iniciar a medicação e se necessário internar se a doença cursa com mais gravidade ou se a pessoa faz parte do grupo de risco. A realização do exame não tem uma interferência direta na conduta clínica e, por tanto, na evolução da doença."

LOC/REPÓRTER: Quem deve tomar o Tamiflu?

TEC/SONORA: ministro da Saúde – José Gomes Temporão

"Apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras quarenta e oito horas desde o inicio dos sintomas e aquelas pessoas com maior risco de apresentar um quadro clínico grave serão medicados com um antiviral. Este grupo de risco é formado por idosos com mais de sessenta anos crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas que tenham diabetes, doenças cardíacas, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica como, por exemplo, pacientes em tratamento de câncer, em tratamento de Aids e, também, pessoas com doenças provocadas por alterações na hemoglobina como a anemia falciforme. Os demais terão a doença tratada de acordo com a orientação médica. O objetivo é evitar o uso desnecessário e uma possível resistência ao medicamento, como já foi registrado no Reino Unido, Japão e Hong Kong.

LOC/REPÓRTER: Como posso me prevenir da doença?

TEC/SONORA: ministro da Saúde – José Gomes Temporão

"São três recomendações principais. A primeira, lavar muito bem as mãos com água e sabão várias vezes ao dia. A segunda, ao tossir e espirrar cobrir a boca com um lenço descartável. E a terceira é não compartilhar objetos de uso comum. Talheres, copos, pratos e toalhas. Essas medidas além de prevenirem contra essa nova gripe, previne também contra uma serie de outras doenças transmissíveis."

LOC/REPÓRTER: Existe uma vacina contra essa gripe?

TEC/SONORA: ministro da Saúde – José Gomes Temporão

"Infelizmente, como se trata de uma nova doença nós não temos uma vacina desenvolvida. Há um grande esforço mundial, nesse momento, de produzir e testar uma nova vacina que esteja disponível nos próximos meses. O Brasil através do Instituto Butantan, está participando deste esforço mundial."

LOC/REPÓRTER: Se o exame não é realizado em todas as pessoas, o Brasil corre o risco de perder o controle da doença?

TEC/SONORA: ministro da Saúde – José Gomes Temporão

"Não, não corre o risco. É importante entender que vários países estão adotando a mesma prática e isso é uma recomendação da Organização Mundial de Saúde. Nós vamos continuar a registrar o número de casos como já acontece com os surtos de gripe comum. Vamos confirmar uma amostra de casos e todos os outros que tiverem os mesmos sintomas e estejam no mesmo ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho, na igreja ou no clube. Nós vamos confirmar por vínculo entre essas pessoas. Além disso, nós temos no Brasil uma rede de sessenta e duas unidades sentinelas em todos os estados, exatamente com essa função de monitorar a circulação do vírus Influenza e a ocorrência de surtos. Essa rede é que nos permite monitorar esses casos de surtos devido ao vírus comum e, agora, ao novo vírus por meio da coleta sistemática de amostras e envio para os laboratórios de referência.

LOC/REPÓRTER: O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, explica também que é importante evitar a automedicação. Apenas um médico pode determinar qual o tratamento um paciente deve receber.

Reportagem, Janary Damacena, Fonte: Estação Rádio, dica da Conceição Lemes