“O criminoso é o Dória e não o nóia”

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Por Paulo Faria (em seu perfil do Facebook) “O criminoso é o Dória e não o nóia”. Foi isso o que ouvi em coro quando cheguei hoje na Cracolândia pra ver e entender o que está acontecendo ali. São famílias pobres que pedem escola, habitação, segurança, limpeza e água, que ele hoje mandou tirar do Braços Abertos, pra que os usuários não tenham água pra beber. É vil demais. Passei o final de semana fora e voltei ontem à noite. Após a manhã no Faroeste em reunião, fui em seguida até a cracolândia. Presenciei mais uma cena inescrupulosa, criminosa e doentia do prefeito. Dória foi até a Rua Dino Bueno, na hora do almoço, pro seu banque miserável. Acompanhado de uma caravana de bombeiros, polícia – com um caminhão de cachorros farejadores, que em alguns momentos são chutados pela própria polícia, e caminhões de construtoras. Não sei se ele foi vestido de bombeiro, ou de polícia americana, como ele foi no domingo, com seu cabelo acaju, que deve ter pintado em NY, junto com o deputado Rocha Loures, do PMDB PR, que recebeu a mala de 500 mil da JBS, e foi afastado do Congresso Nacional, que, com certeza, foram ali pra vender mais o Brasil pros seus bolsos. Dória derrubou hoje uma parede de um casarão histórico, acompanhado da Rede Globo, que não usa mais em seus equipamentos a logo da empresa, somente um jaleco azul escrito imprensa. Quando ele foi ser filmado, inaugurando a quebradeira que iniciou, a escavadeira derrubou uma parede e atrás dela famílias de um cortiço, que mora ali há mais de 30 anos, recebeu os entulhos em sua morada, em sua cama. Logo, ele foi escorraçado pela população. Os seres humanos feridos foram encaminhados pra um hospital. Quando cheguei essa cena já tinha sido filmada e passada na Globo ao vivo à custa de mortos. Estava na rua a ouvidora, a defensoria, o conselho tutelar e militantes de direitos humanos. Havia rumores que ainda tinha gente no prédio que começou a ser demolido. Mas o corpo de bombeiro não permitiu que ninguém entrasse ali, nem a defensoria, nem a ouvidoria e nem o conselho tutelar, afirmaram que não tinha ninguém, e que o prédio estava em risco de desabar. Parte da população queria entrar pra tirar seus parcos pertences, que ele chama de lixo. A mãe da rua, Lúcia, me levou pra ver o seu quarto num cortiço ao lado que deve ser demolido. Ela queria me mostrar o painel que estava construindo. Entrei. Fiquei parado em lágrimas diante do que ela criou. Havia ali algo de religioso. Aquela obra deveria ser preservada e estar num museu de humanidades. Uma cartografia construída em resumo aos seus 30 anos na cracolândia. Imagens fortes e genialmente enredadas. Tudo ali. Tudo. Ao sair de lá, vi que três casarões do inicio do século, que eram cortiços, foram incendiados pelo prefeito. Um art décor e dois neoclássicos. Todo o entorno do Largo Sagrado Coração de Jesus é histórico. Um dos poucos conjuntos arquitetônicos dessa época preservado. E é isso o que está por traz da sua ação. Comover a plateia bestial com a derrubada da cracolândia pra construir o seu projeto Nova Luz, seu e de todos os vampiros desta cidade, e agora disputando a cena com o governador, não menos monstruoso, Geraldo Alckmin. Ele não pode destruir aqueles prédios. É a história da cidade. No domingo, a assessoria do prefeito, ligou pra Rede Globo, às 4 da manhã pra informar que às 6 haveria a ação criminosa. E a Globo foi. A TV agora tem comunicação direta com o prefeito, pois assim ele fica na mídia nacional, pra alavancar seu nome a presidência do País. Globo criminosa. Não a toa ele fez isso durante a Virada Cultural, pra ocupar mais o espaço na mídia. Perdeu e a decência e a dignidade. Saio dali e vou até a praça Duque de Caxias, onde no meio tem uma roda com 500 usuários no meio da praça. Em volta muita polícia. Wellington, um morador do entorno, me fala que eles vão atacar os usuários a qualquer momento. Foram informados que ali tem armas e traficantes. Eles continuam com essa mentira pra justificar os ataques. Wellington me fala que desde domingo todos estão em pânico. O comércio abre a meia porta e fecha antes das seis. E ninguém sai de casa depois. Wellington já fez as compras pra hoje e amanhã, pois não sabe o que vai acontecer, se ficará sitiado novamente em sua casa. Cada vez mais helicópteros e a Avenida Duque de Caxias já está com trânsito parado. Vou andando até em casa e perguntando a todos o que acham. E pela primeira vez, ouvi de todos e todas, que o Dória é um louco, que essa ação foi desastrosa, mesmo de pessoas que votaram nele. Ninguém quer uma cracolândia aqui, mas todos querem ajudar a resolver a questão que é humana e de saúde. Nunca ouvi isso antes ali. Todos estavam contra o prefeito, que nunca foi à região antes conversar e mandou a polícia pra cuidar dos doentes com bombas. Alguns eram seus eleitores arrependidos. Dória é um criminoso, um fascista e São Paulo não pode permitir que esse monstro continue a frente da cidade. A Câmara tem que fazer alguma coisa. O Ministério Público tem que fazer algo. A Defensoria tem que defender o povo. Ele está matando os munícipes da cidade. Seja quando ele volta com a velocidade alta nas marginais, o que aumentou o número de mortos em desastres e atropelamentos. Temos gravado na nossa retina a cena dele jogando a flor da gentil mulher que foi pedir em nome das vidas que se perderam. Ao derrubar todo o nosso bairro, ele está matando os pobres que aqui vivem. Que tanto já sofreram. Excluídos dos direitos básicos garantidos na Constituição. Cinquenta milhões de brasileiros quase escolheram o Aécio Neves pra presidência. Não acreditando em todas as provas que o envolveram em roubos, tráfico de drogas e assassinatos. E agora, a maioria da cidade de São Paulo escolheu outro criminoso pra administrar essa cidade tão linda e tão acolhedora, com um povo deslumbrante, feito de todas as partes do mundo. Eu clamo aqui pra que nos revoltemos contra o prefeito e que peçamos a quem possa nos salvar que tire esse verme da prefeitura. Dória não pode seguir à frente da cidade. E nem seguir seu objetivo de chegar a presidência do Brasil. São Paulo não pode permitir. A cidade é mais que ele, ela somos todos nós. O criminoso é o Dória, é não o nóia.