Página 12: Uma solução africana para a Líbia

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Uma solução africana para a Líbia Página 12, Buenos Aires. Ar. 25/3/2011

Enquanto o francês Nicolás Sarkozy anunciava que França e Reino Unido preparavam uma "iniciativa" para resolver pela via “política e diplomática” a situação na Líbia, com autorização da ONU, o regime líbio anunciou sua disposição para “aplicar o mapa do caminho” [orig. Road Map] o plano apresentado pela União Africana (UA), que propõe imediata cessação das hostilidades e abertura de diálogo entre os líbios, como primeiro passo para uma “transição democrática”. Segundo autoridades líbias, morreram pelo menos 114 pessoas, com 445 feridos, desde o início dos bombardeios pela coalizão internacional.

“Estamos dispostos a aplicar o plano” proposto pela União Africana, inclusive “uma política que responda às aspirações do povo líbio de forma pacífica e democrática”, disseram os representantes do regime de Gadafi em reunão da UA em Adís Abeba, à qual não compareceu nenhum delegado dos ‘rebeldes’. Mas o que hoje se passa na Líbia é problema estritamente dos africanos e só pode ser resolvido pela União Africana” (24/3/2010, Press Release da União Africana, em português, aqui).

Antes, o presidente francês havia garantido que a coalizão manterá o controle político de todas as operações, apesar de a coordenação das ações militares passar para a OTAN, como já anunciado há dois dias. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que seu país aceitará que a OTAN dirija as operações contra a Líbia, em associação com a Liga Árabe e a União Africana, “para evitar que se cometam os mesmos erros já cometidos no Iraque e no Afeganistão”. Sarkozy, quem mais fortemente insistiu em que o CSONU aprovasse a intervenção militar no norte da África, anunciou que está prevista, para a reunião dos membros da coalizão que opera na Líbia marcada para 2ª-feira em Londres, a proposição de uma “via comum”. “Haverá uma iniciativa franco-britânica para mostrar que a solução não é só militar, mas também política e diplomática” – disse o presidente francês em entrevista coletiva depois da reunião de chefes de estado e de governo da União Europeia, segundo informou a Agência EFE. Na mesma coletiva, Sarkozy lembrou que a OTAN “não pode absorver” países não membros, como o Qatar e os Emiratos Árabes Unidos que participam do esforço internacional. “Não é possível. Faríamos um favor a Muammar Khadafi se disséssemos que é operação só da OTAN, que não há coalizão”, disse o presidente francês aos jornalistas. (...) Mas a França não convidou a Turquia para a reunião em Paris, que decidirá sobre os ataques à Líbia.