Para leitores atentos: 1º de maio no Brasil e na Grécia ou a maior riqueza de um país são os seus trabalhadores

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Ontem no Blog da mulher escrevi um texto refletindo um pouco sobre o primeiro de maio e as desigualdades salariais entre os sexos, ainda existentes no Brasil, assim como a necessidade que vejo de  as mulheres serem mais representadas na vida pública e,  finalmente, a trabalheira que será para os membros da campanha de Dilma, militantes e simpatizantes petistas desconstruirem os estereótipos criados pela campanha insidiosa contra a candidata.

No twitter, como sempre, vi dezenas de jornalistas (sic) fazendo 'denúncias' sobre o uso da máquina pública para a promoção do 1º de maio pelas centrais sindicais. Não vi nenhuma menção a estas duas notícias que transcrevo a seguir: os trabalhadores no governo Lula e a geração recorde de empregos e os trabalhadores no governo neoliberal na Grécia com suas 'medidas de austeridades'. Avaliem e tirem suas próprias conclusões.

[caption id="attachment_2217" align="aligncenter" width="560" caption="Capa do Jornal Brasil Econômico, destacando o crescimento recorde de empregos no Brasil sob o governo Lula 30/04 a 02/05/2010. "][/caption]

[caption id="attachment_2216" align="aligncenter" width="600" caption="Uma das vans queimadas durante o protesto contra o governo na Grécia no 1º de maio (Foto: John Kolesidis/Reuters). 2010."][/caption]

Brasil caminha para atingir o pleno emprego

“O céu do emprego no Brasil é azul.” A frase é do pesquisador Hélio Zylberstajn, da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo, que desde 1976 estuda o mercado de trabalho brasileiro. Para ele, o leve aumento do desemprego registrado por institutos de pesquisa como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês de março é marginal, pois “enquanto a demanda – leia-se consumo-estiver aquecida e a economia crescendo, a oferta de postos de trabalho só tende a aumentar.” Zylberstajn arrisca até a dizer que o Brasil caminha para atingir o que os economistas chamam de “pleno emprego”, situação em que a procura por trabalho é igual ou menor do que a oferta. “Temos condições de chegar lá”, diz. O pleno emprego não significa que a taxa de desemprego será zero. De acordo com Paulo Sandroni no seu Dicionário de Economia do Século XXI, o chamado pleno emprego existe quando não mais do que 4% da força de trabalho está desocupada. Isso acontece porque as pessoas têm a opção de trabalhar ou não. Os Estados Unidos, por exemplo, chegaram a ter desemprego de 1,2% em 1944 – quando a economia estava mobilizada pela Segunda Guerra Mundial. Para alguns economistas, os anos de governo Bill Clinton – quando o desemprego chegou a ser de 3,9% – podem ser considerados de pleno emprego também. “No caso do Brasil, essa situação acontecerá quando a taxa de desemprego recuar para os 5%, o que pode ocorrer em breve se a economia mantiver o atual ritmo de expansão”, diz Zylberstajn. Aos números De acordo com o IBGE, o desemprego no Brasil subiu de 7,4%em fevereiro para 7,6% em março – aquela alta considerada quase insignificante na avaliação dos economistas. Para a LCAConsultores, por exemplo, descontando fatores sazonais, a taxa de desemprego no Brasil recuou de 7,2% em fevereiro para 7% em março. “O desemprego está declinando e deve continuar assim”, diz Zylberstajn, lembrando que mesmo, com a crise que causou retração da economia no ano passado, o emprego – e a renda do brasileiro, o que é ainda melhor – seguiram em expansão -ao contrário do que aconteceu nas demais economias do planeta (leia mais na página 8). Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa mensal de emprego do IBGE, explica que a melhora da economia – a expectativa é de crescimento de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano – trouxe otimismo para a população, fazendo com que um maior número de pessoas fosse às ruas procurar trabalho. Por isso, as vagas geradas não foram suficientes para atender a demanda, pois há mais gente interessada agora em encontrar um emprego. Em termos absolutos, 38 mil pessoas começaram a procurar emprego em março. A pesquisa do Seade/Dieese mostra tendência parecida. Entre março deste ano e março de 2009, foram criados 591 mil vagas, número maior que o da entrada de pessoas no mercado, que foi de 364 mil. Saturação e salários maiores

Em março, a soma dos salários de todos os trabalhadores subiu 5,2%. “Há um sinal claro de saturação”, disse ao BRASIL ECONÔMICO o economista Felipe França, do banco ABC Brasil. O motivo é excesso de demanda, que eleva os salários. Esse aumento da procura, com queda da oferta de mão de obra – especialmente a mais qualificada – cria um fenômeno que os especialistas chamam de “leilão de salários” (leia mais nas páginas 6 e 7) e em alguns casos obrigam as empresas a importar mão de obra, como já acontece em setores como mineração e petróleo e gás. “Isso é bom. O brasileiro precisa mesmo ganhar mais”, comemora Zylberstajn.

Fonte: Brasil Econômico

Milhares de gregos protestam contra medidas de austeridade

Por Lefteris Papadimas e Ingrid Melander

ATENAS (Reuters) - Manifestantes enfurecidos atearam fogo em latas de lixo e em duas TVs ao lado de carros de emissoras em Atenas, enquanto milhares de gregos protestavam pela capital no Dia do Trabalho contra as medidas de austeridade que, segundo eles, só prejudicam os mais pobres.

Em uma das manifestações, a polícia atirou duas ou três séries de bombas de gás lacrimogêneo contra 20 manifestantes que tentavam chegar até o Parlamento. As pessoas que protestavam recuaram e a passeata, que de resto foi pacífica, continuou, informou uma testemunha da Reuters.

Lojas fecharam, navios permaneceram nos estaleiros e as ruas da capital ficaram vazias, exceto pelos manifestantes que marchavam em direção ao Parlamento, a poucos metros do Ministério das Finanças, onde autoridades da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) se reuniram durante dias para acertar uma nova rodada de medidas de austeridade.

"Não à junta do FMI", gritavam os manifestantes, numa alusão à junta militar que governou a Grécia de 1967 a 1974. "Não toquem nos nossos direitos! Fora FMI e UE!", também cantavam os participantes do protesto.

Um pedido comum entre muitos dos que foram entrevistados era por punição aos responsáveis pela maior crise da Grécia em décadas, em um país onde escândalos de corrupção e sonegação de impostos são comuns.

"Devíamos jogar todos os corruptos no mar, todas as pessoas e políticos que são responsáveis por esta crise", afirmou Sotiris Oikonomou, de 58 anos, que trabalha com seguros.

Com estimativas iniciais da polícia de que 17.000 pessoas estariam nos protestos, a adesão parecia ser igual a das manifestações anteriores. Alguns entrevistados estavam conformados de que o governo seguirá em frente com as reformas.

"Não espero que mude algo com esta marcha. Lutamos apenas pela nossa dignidade", afirmou Oikonomou.

A Grécia, que tem um PIB (Produto Interno Bruto) de 240 bilhões de euros (cerca de 320 milhões de dólares), viu sua economia entrar em recessão no ano passado e está preparando mais de 20 bilhões de euros (26,64 bilhões de dólares) em cortes orçamentários nos próximos dois anos para ter acesso a um pacote de ajuda da UE e do FMI no valor de 120 bilhões de euros.

O pacote tem o objetivo de tirar a Grécia de uma grave crise da dívida que prejudicou o euro e os mercados em todo o mundo. Outra meta é evitar que essa crise avance até outros países da zona do euro.

Ministros das Finanças da zona do euro discutirão o assunto no domingo. Christine Lagarde, ministra da Economia da França, afirmou que espera um acordo até o final do domingo.

Analistas dizem que os protestos podem aumentar após o verão europeu, quando o impacto das medidas de austeridade chegar, e investidores estão preocupados de que esse fato possa obstruir as reformas.

Fonte: Reuters: reuters.com, Atualizado: 1/5/2010 11:08