"Que as marchas façam alusão corajosa aos corruptores da iniciativa privada, aos sonegadores...

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Dica do leitor @Caldascda, via twitter.

"Que as marchas façam alusão corajosa aos corruptores da iniciativa privada, aos sonegadores, aos esquemas de lavagem de grana, à evasão de divisas por parte de igrejas. Que as marchas tratem da corrupção no judiciário, no Ministério Público, no Tribunal de Contas da União, nas polícias e também da corrupção praticada pelo cidadão comum, sobretudo aquele que quer privilégios e não direitos. Que as marchas abordem a corrupção em sua complexidade, sem restringí-la a governos ou partidos."

Jean Wyllys explica por que é contra a corrupção de verdade

Por: Jean Wyllys, Deputado Federal (PSOL/RJ) em seu Blog

13/10/2011

O feriado de Nossa Senhora da Aparecida, padroeira do Brasil, foi marcado por manifestações organizadas pelas redes sociais que levaram milhares de brasileiros às ruas para protestar contra a corrupção.

Apesar de iniciativas como essas mostrarem que a população brasileira não está mais disposta a aceitar os abusos advindos da corrupção sem se manifestar – um despertar político que já passou do prazo – me intrigam algumas análises e a maneira como a sociedade extravasa sua indignação nesses protestos.

Desconfio, por exemplo, de quem trata a corrupção como se fosse problema de UM governo: justamente daquele a que a velha mídia se opõe, pautando ela assim a sociedade.

Podem e devem acontecer quantas marchas se fizerem necessárias, mas enquanto essas tratarem a corrupção como sendo problema de governos apenas e continuarem achocalhando dizeres como “só há dois tipos de políticos: os corruptos e os coniventes”, a legitimidade de manifestações populares tão importantes e necessárias como essas se perde na superficialidade de como o tema da corrupção é tratado.

Se dependesse de mim jamais haveria bandeira de partido algum em marcha que quer restringir a corrupção a governos, lembrando que “apartidária” não pode – nem deve – ser sinônimo de “alienada”, “inocente útil” e “sem discernimento”.

Que as marchas façam alusão corajosa aos corruptores da iniciativa privada, aos sonegadores, aos esquemas de lavagem de grana, à evasão de divisas por parte de igrejas. Que as marchas tratem da corrupção no judiciário, no Ministério Público, no Tribunal de Contas da União, nas polícias e também da corrupção praticada pelo cidadão comum, sobretudo aquele que quer privilégios e não direitos. Que as marchas abordem a corrupção em sua complexidade, sem restringí-la a governos ou partidos.

E que a militância virtual continue se articulando para transpor a indignação de todos e todas para um plano real onde um Brasil sem corrupção não seja apenas um ideal quimérico.

Leia também: Minha homenagem aos que marcharam hoje 150ct WorldRevolution Jean Fabio: A Globo não quis filmar meu cartaz na Marcha contra a corrução, por que será? nunca uma imagem disse tanto: Marcha contra a corrupção ou #vassourinhasjanistasdetect A primavera ‘apartidária’ do PIG não vingou “No Brasil, desde o “Cansei!”, a imprensa tenta dar alguma credibilidade a manifestações esparsas contra a corrupção”   Humor: Aos meus amigos neocansados _________ Publicidade // //