Russomano promete rever contratos de tercerização, empresários reclamam, ele recua

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Russomanno recua de promessa pública em encontro privado com empresários

Após prometer rever contratos terceirizados da Prefeitura, candidato do PRB diz a representantes da Segurança que pretende manter os acordos como estão

Ricardo Chapola - O Estado de S.Paulo

13/09/2012

Russomanno: "Existe um mal entendido entre o que tenho dito à imprensa e o que chega a empresários" - Tiago Queiroz/AE Tiago Queiroz/AE Russomanno: "Existe um mal entendido entre o que tenho dito à imprensa e o que chega a empresários"

O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, recuou ontem, em encontro privado com empresários, de uma promessa feita em público no sábado. Durante passeata na zona leste, na semana passada, Russomanno prometeu rever todos os contratos terceirizados de segurança da administração municipal. Na reunião fechada, ele afirmou a representantes do setor que manterá tudo como está, caso seja eleito.

Russomanno vem fazendo uma série de promessas na área da segurança. Chegou a ser questionado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) a respeito de seu plano de aumentar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana. Nesse contexto, repórteres perguntaram para o candidato do PRB no sábado se ele iria utilizar os guardas civis em serviços hoje realizados por terceirizados, e com isso rever os contratos de segurança privada. "Mas é claro que vou (rever os contratos). Eu quero a GCM fazendo a segurança da cidade de São Paulo. Eu quero a GCM fazendo a segurança das escolas. Inclusive no entorno das escolas, onde a gente não tem segurança e temos o tráfico e o crack tomando conta das escolas", afirmou Russomanno.

Num outro evento, já nesta semana, o candidato afirmou aos jornalistas, após encontro com servidores federais na zona oeste: "A Prefeitura está gastando R$ 120 milhões em segurança privada quando poderia estar usando isso na Guarda Civil Metropolitana. O que nós temos aí é desvio de dinheiro". O candidato do PRB ainda fez uma série de questionamentos: "Por que terceiriza tanto? Por que não faz diretamente? Por que não prestigia o funcionário público? Por que paga mais para o terceirizado do que se paga para o funcionário público?"

Ontem, a assessoria de imprensa de Russomanno chegou a divulgar o evento que teria com empresários de segurança privada de São Paulo, na zona norte da cidade. Horas depois, porém, a assessoria informou que o encontro seria fechado à imprensa. A convite de um empresário, o Estado acompanhou a reunião.

Os representantes do setor cobraram o candidato do PRB logo no início. Pediram que ele "olhasse com mais carinho" sua proposta de rever os contratos.

Vice-presidente de um sindicato empresarial, João Eliezer Palhuca afirmou que o serviço prestado pela segurança privada tem papel "suplementar" para a segurança pública. Segundo ele, empresas particulares são responsáveis por 40% dos serviços prestados aos órgãos públicos.

"A prefeitura é grande utilizadora do serviço. Nossa atividade funciona como atividade suplementar à atividade de segurança pública à medida que ela não consegue suprir a demanda", disse.

Russomanno, então, disse ter havido "um mal entendido". Ressaltou que, se eleito, vai manter os contratos com as empresas. "Existe um mal entendido entre o que tenho dito à imprensa e o que chega aos empresários. (O plano) É conviver pacificamente com todos aqueles que querem fazer segurança pública. Nada a respeito de afastar as empresas de segurança dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos", afirmou.

Não é a primeira vez que Russomanno diz ter sido "mal entendido". No dia 1.º, o candidato do PRB prometeu rever os incentivos fiscais da Prefeitura para a construção do estádio do Itaquerão, na zona leste. "Vamos assumir dia 1.º e verificar de que formas as coisas estão sendo feitas. O que for legal, o que estiver atendendo aos interesses da população, nós vamos manter; o que não estiver, vamos rediscutir." No debate da Rede TV entre os candidatos, no dia 3, Russomanno negou que sua intenção seja rever a medida chancelada por Kassab.

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