Segurança Pública do Rio de Janeiro fala com twitteiros sem intermediários

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É verdade que não havia twitter em 2006 quando ficamos sitiados em São Paulo e às 20:30 da 'cidade que nunca pára' não havia um  único carro na rua.

A sequência brutal da repressão policial, somada aos ataques do PCC deixou 564 mortos nas periferias de São Paulo, 505 eram civis, houve mortes por execução, mortes de pessoas com deficiência mental, creches invadidas por policiais a ponto do governador à época, Cláudio Lembo dar uma entrevista para Mônica Bergamo que passou para a história sobre a elite racista de São Paulo que, sitiada, pedia a morte de todos aqueles que via como ameaça.

Débora Oliveira, uma das lideranças do Movimento Mães de Maio (os ataques do PCC e repressão policial ocorreram de 12 a 21 de maio de 2006 e o dia mais sangrento foi no domingo, dia das mães) teve seu filho assassinado pela polícia, porque estava no 'lugar errado, na hora errada e nasceu com a cor errada'.

Vivemos dias de horror, de verdadeiro abuso das liberdades, de crimes impunes praticados pela polícia e por grupos de extermínio da polícia. Eu não me lembro de uma única autoridade da Segurança Pública de São Paulo se dirigir à população de forma direta como vi hoje no twitter. Nas tevês só evasivas.

Não foi o que aconteceu com a Segurança Pública do Rio de Janeiro que tem perfil oficial no twitter e pelo qual o subsecretário de Segurança Pública do RJ,  Edval Novaes, abriu a twitcam, respondeu as perguntas dos twitteiros, não dourou a pílula.

Pode-se questionar e discordar do que ele diz, de suas explicações, mas é positivo quando homens públicos vêm a público e conversam diretamente com o público. Isso é 'Res-publica' (coisa pública) é prática republicana.

Estamos sim começando uma nova era na comunicação no país e parece que o Rio está redesenhando sua geopolítica com as UPPs. Sera?

Segue a primeira parte da twitcam e aqui a segunda parte.