Milos Morpha Comenta...300

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Recentemente chegou às minhas mãos um exemplar da Graphic Novel "300 de esparta". No decorrer da leitura não me surpreendi, já tendo visto o filme era de se esperar toda aquela temática ufanista. Ufanismo, palavra sinônima de nacionalismo, significa otimismo patriótico. Frank Miller (escritor dessa "obra") faz uma exagerada defesa de esparta, muitas vezes maquiando a verdade (por exemplo, na graphic novel se declara um poder inexistente da mulher espartana). O retrato que se faz dos persas os mostra como violentos, fanáticos religiosos, com o ímpeto desejo de atacar a "única nação livre da Terra": Grécia. Única nação livre da Terra? Engano meu ou não é essa a mesma Grécia que vivia sobre um regime escravocrata (no quadrinho os escravos são mostrados como pessoas boas, mas não dotadas da coragem e força espartana) e que menosprezava as mulheres. Miller se esqueceu que o conceito de "Homem Livre" na Grécia era bastante restrito, ele nos passa a mesma idéia de eurocentrismo existente, por exemplo, na colonização da américa, quando os índios eram vistos como selvagens ultrapassados.
Retomando: persas violentos, fanáticos religiosos, com o ímpeto desejo de atacar a "única nação livre da Terra". Nesse ponto, "300" parece fazer uma defesa bastante atual. Ainda mas se nos lembrarmos que os Persas ocupavam a mesma posição geográfica que hoje ocupam os países islâmicos. Tal paises, na visão americana, são... violentos, fanáticos religiosos e com o ímpeto de atacar o ocidente, mas especificamente os EUA (lugar onde muitos dos seus cidadãos dizem ser "A única nação livre da Terra"). "300 de esparta" representa isso, uma defesa tola dos EUA na sua luta contra o oriente.