Milos Morpha comenta O Curioso Caso de Benjamim Button

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Belo, tocante e profundo, são apenas algumas das palavras que definem este filme. "O Curioso Caso de Benjamin Button" foi bastante criticado por não o ser o marjoritariamente esperado. A pergunta seria: O que se esperava? Seria exigida uma explicação para os estranhos acontecimentos do filme? Seria esperado algo mais direto que as quase 3 horas de duração do filme?
Não, o filme não é perfeito (alias, que filme é?). Seria, de fato, bem vinda uma séria redução na parte do furacão Katrina e Daisy já bastante idosa. Poderiam ter limitado no estilo Titanic a participação dos contadores da história (no filme de Cameron eles apenas aparecem no início e no final). E há momentos monótonos na vida de Benjamin, assim como há momentos monótonos na vida de todos.
O fato é: "Benjamin Button" sofreu diversos preconceitos. É como se os pseudo-intelectuais não aceitassem David Fincher dirigindo algo além de severas críticas ao consumismo exarcebado (Clube da Luta) ou de complexos thrillers que inovam o gênero policial (Se7en e Zodiaco). NÃO, a história do homem que nasce velho e rejuvenesce não é complexa, não é uma crítica a sociedade atual, não lhe obriga a pensar enquanto assiste o filme. Em relação a isso é um filme simples, uma profunda história de amor impossível, entre Benjamin Button e Daisy uma bailarina normal. Essa palavra, normal, parece causar aversão aos votantes da academia. Cate Blanchett nos entrega uma esplendida atuação que foi ignorada por diversos prêmios por não se tratar de nenhuma personagem esquizofrenica ou psicopata ou nazista ou mulher que lida com complicações familiares/religiosas/políticas. Pode não parecer, mas é mais fácil atuar um personagem complicado que um personagem simples. Blanchett nos entregou a simplicidade com profundidade, só isso já a faz uma das melhores atrizes dos dias de hoje.