Milos Morpha Comenta... O nome do jogo

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O crescimento do capitalismo industrial e bancário, em meados do século XIX, transformou completamente o modo de viver da alta classe média dos mais diversos países. O nome das familias ganhou ainda mais importância, era o surgimento da nobreza do capitalismo. Casamentos arranjados, sobrenomes usados como principal arma para fugir da falência, conflitos e traições. Esse é o cenário da obra "O Nome do Jogo" de Will Eisner, o Shakeaspeare dos quadrinhos.
O livro retrata três gerações da família judáica Arnheim. 1ª geração: o patriarca Isidore, grande nome da indústria de espartilhos na América, sua esposa Alva e seus dois filhos, o mimado Conrad e o tímido e escanteado Alex. 2ª geração: Conrad assume a empresa depois da morte do pai, mas sem a determinação do mesmo, o primogênito nunca abandona suas raízes de filhinho de papai. Conrad ignora a esposa Lilly e dirige a empresa na base da chantagem e de falcatruas. Ele fecha a empresa e se estabelece no ramo da corretoria de títulos e ações. Lembrem, estamos em Nova York década de 20, em alguns anos Conrad e sua família seriam atingidos pela quebra da bolsa. Porém, mais uma vez, é salvo pelo nome. 3ª geração: A segunda filha de Conrad, Rosie, se torna uma mulher independente e decidida, se apaixona por um poeta e decide se casar com ele, deixando bem claro ao pai que isso não dependerá da aprovação dele.

O desfecho final é tristemente real, é a repetição constante dos fatos, como previam Karl Marx e Elis Regina, o nome da família mantém a importância que tinha séculos atrás. E casamento... é o nome do jogo.