Pelo visto as coisas não acabaram bem com a “agitação” que a Lava Jato decidiu tentar fazer contra a PGR.
É cômico a Lava Jato se negar a querer compartilhar dados com seus “chefes” por temerem vazamentos.
Sim, a Lava Jato. A operação que tem O Antagonista e o Jornal Nacional como assessorias de imprensa. Isso mesmo.
O resultado da operação que mudou o Brasil (para pior) é muito mais desastroso do que se imagina. Vamos ao balanço:
- Depredação das instituições
- Desvalorização da política
- Banalização do estado de exceção
- Uso político de investigações criminais
- Eleição de Jair Bolsonaro
- Furto de sistemas de grampo
- Panfletagem em pedágio
- Uma penca de processos de investigação abertos em "estoque"
- Tentativas de uso de dinheiro da Petrobras para fins "confusos”
Não, não foi Bolsonaro que depredou a democracia (ele até que tentou). Foi a Lava Jato quando insuflou as massas contra a política, contra as instituições e por seguidas vezes contra a Constituição e contra direitos básicos.
A Lava Jato sempre teve saudades daquilo que não viveu: o AI-5. Grampos distribuídos à revelia e o uso descabido de prisões preventivas com o objetivo de se obter delações premiadas, mais de 1.700 procedimentos de investigação em aberto e supressão de direitos.
Já ficou claro que democracia e Lava Jato não podem habitar um mesmo país e que precisamos urgentemente de um reforço do nosso compromisso com o Estado de Direto.
A condução agressiva do debate e do discurso político no país não é uma exclusividade do bolsonarismo, ainda entre 2013 e 2015 a Lava Jato já fazia isso com maestria.
Unicamente com o interesse de atender sua própria agenda. Assistimos seguidas vezes os vislumbres vaidosos de Deltan Dallagnol e outros membros da força-tarefa e o que idealizavam para um país inteiro.
Esse não é o trabalho de um procurador decidir o rumo de uma nação inteira. Para isso temos instituições, temos o voto, temos os partidos, temos os movimentos políticos, e não o Ministério Público que deveria se lembrar de seu tamanho institucional e reduzir-se.
O Ministério Público não é um quarto poder.
De nada adiantará um impeachment de Jair Bolsonaro ou até mesmo a prisão dele e de seus filhos (desde existam condições, motivos e provas sólidas para isso) se mantivermos uma organização que promulga de ideais semelhantes e que é capaz de abrir caminho para “um outro Jair”.
Esse “outro Jair” já tem até nome e se chama Sergio Moro.
Não existe retomada da estabilidade democrática sem o fim da Lava Jato. E sabe o porquê? Pois não existe saída fora da Constituição.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum