Advogado citado por Veja desmente reportagem e diz que vai processar a revista

Cleber Lourenço conversou com o advogado Adriano Argolo, que foi mencionado em matéria da revista semanal

Foto: Reprodução
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A revista Veja publicou nesta sexta-feira (19) uma reportagem onde tratava de um suposto grupo terrorista com o objetivo de assassinar o presidente da República, hoje mais cedo eu já havia comentado sobre a reportagem aqui, que por mais absurda que seja pode haver algum fundo de realidade. Acontece que nessa reportagem da revista também é mencionado o fato de o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ter instaurado um inquérito para apurar a origem de ataques a magistrados na internet. Cita o caso de um advogado alagoano que, supostamente, teria publicado uma mensagem em que falava da necessidade de “matar aquele débil mental do irmão mongol do ministro Toffoli”. A reportagem ainda afirma que o advogado prestou depoimento e admitiu ter feito as ofensas, porém que tudo não passava de bravata. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. Eu conversei com o advogado citado pela revista, Adriano Argolo, 55 anos. Ele acusa a revista de mentir sobre o seu depoimento, que segue em segredo de justiça, no inquérito 4781/2019. Você pode conferir o depoimento dele logo abaixo: Diferente do que a revista publicou, Adriano nega ser autor das mensagens e ainda afirma que jamais teve uma conta no Facebook, algo que o fazia se tornar constante alvo de piadas entre familiares e amigos. Ele também acusa a justiça de não lhe entregar uma cópia do inquérito, direito constitucional de qualquer brasileiro. Adriano ainda declarou para esta coluna: “Fizeram uma denúncia caluniosa contra mim e o STF engoliu! Invadiram a minha casa, minha filha está traumatizada, com acusações contra a minha pessoa que nunca fiz. Vou lutar contra o que fizeram comigo. Irresponsabilidade do ministro Alexandre de Moraes ao determinar a busca e apreensão, bastava uma simples verificação que eu não tinha Facebook”. Adriano é alvo contumaz da extrema direita brasileira, inclusive já sendo vítima de ofensas do vereador Carlos Bolsonaro. Ele também já foi alvo do portal de extrema direita, O Antagonista, que acusou sua mãe de ser (acreditem ou não) nazifascista. Para conferir a surreal nota, basta clicar aqui. Enfim, com isso é possível também ver o nível do “jornalismo” que é feito por lá. Argolo afirma que suas frequentes declarações em defesa do ex-presidente Lula e suas críticas contra a Operação Lava Jato podem ter desencadeado a denúncia, que culminou com um mandado de busca e apreensão em sua residência. A matéria desta sexta na revista levantou uma série de críticas e desconfianças de internautas nas redes. Esta manhã o assunto “Plano Cohen” esteve entre os mais comentados do Twitter. Muitos leitores, inclusive dentro da própria direita, duvidaram da veracidade das informações na reportagem e agora ainda temos mais essa acusação. Por qual motivo a revista mentiria em relação ao depoimento do advogado, caso ele seja de fato o advogado mencionado na reportagem? E mais, a quem interessa a prisão e perseguição de um advogado alagoano influente no Twitter? Estaria a liberdade de expressão em risco no Brasil? Durante minha conversa com Adriano, ele afirma repetidas vezes não possuir e não ser usuário do Facebook. Então, quem teria feito as declarações ou forjado os supostos prints que foram encaminhados na denúncia ao STF sobre o advogado?
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.