As estranhas relações entre Moro, Cunha e lava jato

A revelação não causa espanto se lembrarmos de como Moro tratou casos envolvendo o homem que já foi um dos mais poderosos na política brasileira. Em 2017 Moro absolveu Claudia Cruz, esposa do Eduardo Cunha acusada de manter depósitos não declarados no exterior

Moro, Cláudia Cruz e Eduardo Cunha (Montagem)
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Mais uma sexta-feira e com isso mais um capítulo da série que está abalando a política brasileira, isso mesmo, a Vaza Jato. A matéria desta sexta-feira (5) da Revista Veja traz, entre várias revelações, uma que me chamou a atenção: Moro não queria a delação de Eduardo Cunha! Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. A revelação não causa espanto se lembrarmos de como Moro tratou casos envolvendo o homem que já foi um dos mais poderosos na política brasileira. Em 2017, Moro absolveu Claudia Cruz, esposa do Eduardo Cunha acusada de manter depósitos não declarados no exterior. Porém em 2018 o TRF4 foi lá e condenou a mulher novamente. Acontece que essa condenação foi um conto de fadas, não precisou de nenhuma medida restritiva e pior, o dinheiro da corrupção voltou para ela. Praticamente uma lavagem de dinheiro legalizada. Em conversa privada em julho de 2017, dois meses depois de absolver a esposa de Eduardo Cunha, o então juiz Sérgio Moro recomendou que o Ministério Público Federal não fechasse acordo de delação premiada com o ex-deputado federal. O procurador Ronaldo Queiroz afirmou na ocasião esperar que Cunha entregasse no Rio de Janeiro, pelo menos, UM TERÇO do Ministério Público estadual, 95% dos juízes do Tribunal da Justiça, 99% do Tribunal de Contas e 100% da Assembleia Legislativa. Agora vejam só que curioso! Para agradar os aliados políticos, Witzel aceitou criar uma Secretaria Extraordinária de Representação Extraordinária em Brasília. Entregou a titularidade a André Moura, que era afilhado político que ninguém menos que: Eduardo Cunha. Moura era tido em Brasília como “escudeiro” de Cunha. Quando Dilma Rousseff caiu, o então deputado foi pago por sua fidelidade com a liderança do governo Michel Temer. Em abril Marcilene Cristina Bretas foi nomeada pelo secretário da Casa Civil como assessora da Controladoria Geral do Estado (CGE). Marcilene é irmã do juiz Bretas da lava jato no Rio. Vale lembrar que as ações da lava jato no Rio de Janeiro foram responsáveis diretas pela eleição de Wilson Witzel ao governo do estado. A pergunta do momento deveria ser: porque Moro tinha medo de Cunha falar?
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.