Bolsonaro será “liberado” dos filhos

Leia na coluna de Cleber Lourenço: Nos últimos dias os três filhos do presidente podem ter sido atirados para escanteio junto com os radicais de carteirinha, como Sara Winter e o sofrível Oswaldo Eustáquio

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Além da extrema incapacidade do presidente, os filhos de Jair Bolsonaro também geram imensas dificuldades e atritos desnecessários com as instituições, dentro da própria extrema-direita já há a piada sobre a prole problemática.

Reparem na “conveniência”. Nos últimos dias os três filhos do presidente podem ter sido atirados para escanteio junto com os radicais de carteirinha, como Sara Winter e o sofrível Oswaldo Eustáquio.

Nas avaliações dos demais poderes e instituições, dificilmente a aprovação do presidente ficará baixa para a viabilização de um impeachment, e também há a preocupação de que um processo para a sua deposição feito de forma afobada poderia causar o efeito contrário e fortalecê-lo.

Carlos Bolsonaro perdeu foro especial em investigação em caso envolvendo funcionários fantasmas, Flávio certamente perderá o foro que acabou de ganhar no caso das rachadinhas e Eduardo entrou na mira da PGR, que apura se o deputado federal cometeu crime de subversão da ordem democrática.

Por isso a estratégia é clara: isolar o presidente e tentar levar alguma “tranquilidade” até o 2022 colocando os delinquentes, arruaceiros e agitadores para escanteio. Queira ou não, o Brasil precisa arcar com as péssimas escolhas que fez e essas péssimas escolhas infelizmente custarão muitas vidas.

Ontem mesmo eu pontuei: os lavajatistas perceberam que não há espaço para radicais e extremistas e, depois de passar os últimos quase 10 anos insuflando a extrema-direita e enquadrando a democracia, decidiram agora “trocar de roupa”.

E não será a ação no TSE que irá encurtar o mandato do Bolsonaro.

A variável em questão é: Bolsonaro irá assistir a queda de seus filhos um por um e protestando dentro dos limites institucionais e constitucionais? E mais! Até onde irão avançar as investigações?

Caso as coisas fiquem realmente graves, o presidente precisará ter algumas coisas em mente. O Exército já desembarcou de vez. Se antes não estava na intentona direitista, agora está mais longe ainda, logo, Bolsonaro não possui nenhum recurso humano para avançar contra as instituições.

O mais provável é que seguiremos até 2022 com um governo inexpressivo, fraco e que deixará como marca a incompetência. Serão anos difíceis para o país.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum