A revelação da militância ativa de Jair Bolsonaro em prol dos atos contra o congresso feita por Vera Magalhães acabou não atingindo apenas o presidente.
Um grupo de WhatsApp criado em setembro de 2018 e batizado de “Mkt Bolsonaro” possui entre seus membros o “jornalista” Caio Coppolla, famoso por justificar os descalabros do governo federal e atuar na linha de frente de defesa do governo.
Se não fosse pelo histórico de fervoroso defensor do bolsonarismo, a presença dele passaria batida, poderia estar lá buscando informações. Porém não é o que parece.
Coppolla é uma das contratações que fazem parte do quadro de jornalistas da CNN Brasil que estreará agora no segundo semestre.
Pelo visto essa será a estreia da emissora.
A contratação não surpreende. A agenda oficial do governo mostrou que em agosto do ano passado, o presidente da CNN Brasil, Douglas Tavolaro, teve uma reunião com Jair Bolsonaro.
O que esperar de uma emissora que contratou Willian Waack para o horário nobre?
Acredito que seja importante reforçar o fato de que não acredito na falsidade do jornalismo imparcial, já que, uma vez um conteúdo produzido por um ser humano, sempre carregará junto suas opiniões pessoais, convicções, vivências e crenças.
Afinal de contas, é o conhecimento individual que determina com quais pautas determinado jornalista tem mais conhecimento e profundidade para tratar.
E não há nenhum problema nisso, porém quando essa parcialidade é apoiada por mentiras e usada para enganar, ludibriar e conduzir de maneira agressiva o debate político e social de um povo ou nação, induzindo muitas vezes ao erro ou convulsão social, isso fere e arranha a reputação do jornalismo como um todo.
E quando um "jornalista" faz parte do grupo "Mkt Bolsonaro" não há como não acreditar que a parcialidade será usada corretamente já que a própria militância bolsonarista é guiada pela indução ao erro e promoção da agressividade.
Esse artigo não reflete necessariamente a opinião da Fórum