Moro, o extremista, decide agitar os milicianos do Ceará e do Brasil

Cleber Lourenço: “O que temos hoje é um governo trabalhando contra o próprio país, contra os próprios brasileiros”

Sérgio Moro - Foto: Pedro França/Agência Senado
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Encapuzados que roubam viaturas, decidem impor toque de recolher contra a população local, ameaçam a Constituição do país com suas próprias ações e atiram contra senadores da República.

A descrição acima pode parecer de um grupo terrorista, mas, na verdade, são os policiais militares do estado do Ceará, que decidiram se comportar como milicianos cariocas, condecorados pela família Bolsonaro.

É essa gente que o ex-juiz juiz federal Sérgio Moro disse que não deve ser tratada como criminos.

A fala não surpreende e, infelizmente, sequer causa revolta, pois é esperado esse tipo de comportamento de quem está obstinado em ser o representante da extrema direita brasileira.

A fala de Moro, hoje, tem como único e exclusivo motivo chancelar, dar um ar de civilidade e validar a delinquência que tomou conta da polícia cearense.

Moro foi apenas um agitador. Que é o papel que lhe cabe dentro deste governo, de agitador e agressor constitucional.

O flerte de Moro e Jair Bolsonaro aos policiais amotinados no Ceará pode trazer consequências graves para o país.

A falta de uma resposta firme e contundente do governo federal aos amotinados é também um recado aos demais policiais e milicianos agitados ao redor do país.

“Aqueles que entrarem em uma sublevação contra seu governador serão afagados pelo governo federal”.

Agora que eles (o governo) sabem que não terão o apoio das forças armadas em suas intentonas inconstitucionais, restou voltar os olhos para o efetivo de mais de 500 mil homens das polícias militares ao redor do país.

É um jogo perigoso, tão grave e preocupante que já mobiliza governadores dos demais estados da federação e que temem a barbárie.

Bolsonaro estendeu a GLO no Ceará não por acreditar que os policiais estão errados ou por ser contrário ao motim. Ele fez isso pois queria evitar a humilhação de ver uma coalizão entre os governadores Flávio Dino, Rui Costa, Wilson Witzel e João Doria enviar tropas de seus estados para ajudar o Ceará.

Seria o atestado de incompetência que faltava para a gestão Bolsonaro, além da perda de apoio da imprensa, da população e dos poderes que lhe faltava para ser expurgado do Palácio do Planalto.

Bolsonaro precisa disso para agitar as baixas patentes e policiais militares.

E enquanto Jair não se inviabiliza eleitoralmente, Moro segue pelas beiradas ganhando a simpatia da banda podre da política nacional.

O que temos hoje é um governo trabalhando contra o próprio país, contra os próprios brasileiros.

*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum

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