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OPINIÃO
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Nesta sexta (13), Bolsonaro, sem ser perguntado, disse que "outras armações" sobre o caso Marielle Franco virão. Sem sequer apontar quem seria o autor dessas armações.
A declaração do presidente foi feita a seus apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, sem qualquer contexto, de maneira avulsa.
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Segundo o histórico falastrão do presidente, há a possibilidade de ser apenas uma fala solta, da boca para fora, sem qualquer embasamento.
Mas, quem conhece, realmente, a família presidencial sabe que há o que se suspeitar nessa fala.
Qual a hipótese? De que alguém está adiantando informações ao presidente. E que informações seriam essas? Bem, algumas semanas atrás a tag #tictac bombou nas redes sociais e alegava que haveria algo que, em breve, abalaria a República. A história desapareceu da mesma forma como surgiu.
No final de novembro, eu perguntei em um artigo o que estaria apavorando o Planalto. Na ocasião, a menção ao AI-5 e ameaças contra possíveis protestos contrários no Brasil mostraram que o governo estava alarmado com algo. Na mesma ocasião, os rumores de que Bolsonaro não iria conseguir concluir o seu mandato também se tornaram mais fortes.
Ao governo só lhe resta sua agenda de ódio, ele quebrou.
O problema principal nessa história toda é que a declaração do presidente pouco repercutiu na imprensa e quase ninguém, com exceção do jornalista George Marques, se questionou sobre o motivo de tal declaração. Embora as principais perguntas sejam:
O que Bolsonaro está temendo? E, mais, quem está vazando informações para o presidente sobre essa investigação?
Estas deveriam ser as perguntas do dia. Infelizmente, não foram.
E eu ainda me indago: onde está o jornalismo neste país?