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Na última semana foi noticiado que ministros do Supremo Tribunal Federal estudam o afastamento de Deltan Dallagnol da força tarefa da lava jato.
Não gosto muito da ideia, na minha concepção seria apenas uma espécie de operação “abafa”, tira-se de cena um dos delinquentes e vamos fingir que nada aconteceu?
Isso pode ser ainda mais grave e pode dar a chancela para que outros usem o MPF e o judiciário como plataforma política e de enriquecimento pessoal.
O conjunto da obra na Lava Jato é péssimo, influenciar eleições, perseguir acusados, enriquecimento, conspiração, só não chamei a operação Lava Jato de quadrilha em respeito a um ou outro que poderiam estar ali de mãos atadas, afinal de contas quem se atreveria a mexer com um grupo que no primeiro sinal de discordância promove uma devassa na vida até mesmo de ministros do STF e prende um ex-presidente sem provas?
É uma gente perigosa, eu teria medo e entenderia quem optasse pela omissão. Mas, na falta de um nome adequado, temos outro! Partido Lavajatista, afinal de contas, mesmo com todas as delinquências, a operação buscava se instaurar como um quarto poder e, ao mesmo tempo, um partido sem legenda, um tribunal político e uma polícia política, uma Gestapo em Curitiba.
Ali assistimos a escabrosa tentativa de fundo bilionário da Petrobras e o infame episódio de quando a concessionária Rodonorte, que opera parte do pedágio nas rodovias do Paraná, firmou um acordo de leniência com o Ministério Público Federal. Além do “desconto” de 30% na tarifa, a empresa terá que veicular uma propaganda da Lava Jato. A propaganda que será entregue terá o seguinte texto: “O valor do pedágio foi reduzido em 30% [ou percentual aplicado no momento] porque recursos provenientes de corrupção foram recuperados pela Operação Lava Jato e aplicados em benefício do usuário”.
Tem algo mais absurdo que isso? Uma ação velada de panfletagem! Típica de propaganda eleitoral partidária!
Se para alguém ainda houvesse dúvidas, mesmo com a tentativa do fundo bilionário, sobre a índole da operação esse episódio dos pedágio deveria ter acendido a luz vermelha, sem sombra de dúvidas.
A operação foi longe demais, não se conteve em tripudiar o estado brasileiro em sua totalidade, esculhambou o estado e desemprego milhares de brasileiros e promoveu um bem sucessivo atentado contra a democracia brasileira durante as eleições de 2018.
Em junho eu já havia alertado para o perigo da delinquência jurídica liberada no país e que isso nos levaria para um péssimo caminho, onde todo mundo faz o que quer, onde as instituições se atropelam e principalmente onde a politização do judiciário de do MPF de terminariam o rumo da democracia no país, ou melhor, seu fim.
Aos bolsonaristas fica o recado: a Lava Jato é um partido com fome de poder! No início de junho eu já havia alertado sobre a possibilidade da operação se virar contra o presidente Jair Bolsonaro, afinal de contas eles querem poder, querem imprimir no país a sua visão idealista de mundo com Sergio Moro como arauto de novos tempos (palavras do próprio Deltan) e vejam só que interessante, o jornalista Reinaldo Azevedo, um mês depois faz o mesmo alerta!
Deltan não pode ser apenas afastado como quem joga a sujeita debaixo de um tapete, não só ele como Moro precisam e devem responder criminalmente pelas barbaridades que cometeram, precisam passar por escrutínio público de um julgamento e, é claro, de uma punição!
Não será só isso que colocará o país nos eixos, mas será um bom recado para aqueles que optarem pelo mesmo caminho. Mas com cuidado!
Caso Deltan seja punido unicamente pela sua tentativa de intentona contra o STF, outro péssimo recado será dado: “Tripudiem o quanto quiserem com a constituição e o Estado democrático de direito, mas não incomodem o STF “.
Também não queremos isso. Quem disse que tudo na política é um preto no branco? Não, as coisas estão nas minúcias!
Processos e inquéritos devem ser instaurados no CNJ, abusos de autoridade punidos, julgamentos revistos e assim vai.
É preciso desmontar todo o aparato que foi construído, é necessário desfazer o aparelhamento no MPF de Curitiba.
É por que não um acerto de contas entre o Brasil de hoje e o Brasil de 2013 que no auge de sua embriaguez (me incluo entre os embriagados) com as manifestações de junho matou com truculência a PEC 37?!
Repito aqui dois pontos que já disse nesse blog: o maior risco para a nossa democracia neste século não é o fuzil, o coturno ou o verde-oliva mas sim a toga.
Se nada ocorrer, se ninguém for punido, se Moro não for afastado então a justiça dará o seu claro recado para a sociedade: "Nós sequestramos a democracia”.