Trump vira mais um personagem no impeachment do Seu Jair

Bolsonaro foi eleito com o objetivo de ser o capataz do mercado financeiro: executaria as propostas impopulares de interesse do mercado. Acontece que o atual presidente do país é tão incompetente que sequer conseguirá cumprir o seu papel de boi de piranha e poderá ser devorado antes

Bolsonaro e Trump em encontro na Casa Branca (Reprodução/TV Globo)
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Faz alguns dias que estou alertando para o que está se desenhando: um impeachment. Bolsonaro certamente já é o presidente que mais cometeu crimes de responsabilidade. O que falta é interesse da classe econômica e política para derrubá-lo. Bolsonaro foi eleito com o objetivo de ser o capataz do mercado financeiro: executaria as propostas impopulares de interesse do mercado. Para, assim, preservarem os nomes mais “simpáticos” para os próximos pleitos. Acontece que o atual presidente do país é tão incompetente que sequer conseguirá cumprir o seu papel de boi de piranha e poderá ser devorado antes. Os principais porta-vozes do mercado e veículos de mídia já começam a “pincelar” a impossibilidade de permitir a conclusão do mandato do presidente de Jair Bolsonaro e seus descalabros. Nos últimos dias, eu comentei sobre o pânico do governo e qual seria o motivo da escalada do ódio ter se aprofundado. Além disso, também comentei por aqui que uma fundação mantida pelas principais empresas e corporações do Brasil e do mundo também fez duras críticas ao governo Bolsonaro e pontuou a escalada do autoritarismo. E agora o empresariado brasileiro terá mais um motivo para se irritar com Seu Jair: a restauração das tarifas americanas sobre o aço brasileiro, que faz parte dos produtos semimanufaturados de aço e ferro e são a segunda principal exportação brasileira aos Estados Unidos, atrás só de petróleo bruto. Foram US$ 2.25 bi exportados esse ano até outubro. Com a carne sumindo dos supermercados, desemprego e informalidade em alta e ainda a redução do poder de compra dos brasileiros por culpa de medidas do governo, surge o cenário perfeito para uma crise sem precedentes no Brasil Mas se há algo que aprendemos este ano é que nada é tão ruim que não possa piorar. No mesmo dia em que o país tomou uma rasteira dos americanos, o governo ainda se encarrega de abalar as relações com um dos nosso mais importantes parceiros comerciais. Ao priorizar Taiwan em visto eletrônico, o Brasil abre caminho para uma crise com China. O saldo de hoje é resultado do trabalho do Chanceler Ernesto Araújo, que é mais uma das várias nomeações com viés puramente ideológico e nenhum rigor técnico e que faz parte do Hall de ministros amalucados do Planalto. Se havia quem ainda tivesse dúvidas sobre a incompetência e o amadorismo do governo atual, pode deixar registrado que o dia 2 de dezembro de 2019 chega como uma espécie de atestado para estas questões. Repito: a agenda econômica de Paulo Guedes acabou e com isso a segurança que esse governo tinha. Só resta se apoiar na pauta ideológica e em Sérgio Moro e a criminosa lava jato, que tem entre seus quadros um procurador acusado de receber suborno e tantas outras estranheza que fazem mal ao Estado democrático de direito. Graças aos pífios resultados entregues pelo governo, é muito provável que começaremos o ano de 2020 discutindo o processo de impeachment ou até mesmo o processo já sendo iniciado. E ainda digo mais: se realmente um processo de impeachment for instaurado, infelizmente não será graças a oposição, que até o momento não foi capaz de impor grandes dificuldades ao presidente. Crimes de responsabilidade não faltam ao governo e até mesmo aos ministros, basta escolher.