Filme sobre assassinato de Angela Diniz e "aurora do feminismo" será escrito e dirigido por homens

Doca dizia que agiu em “legítima defesa da honra”, o que levou à revolta das mulheres, que criaram o slogan “Quem ama não mata”

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O Globoplay e a produtora A Fábrica fecharam contrato para uma série original sobre Ângela Diniz, assassinada pelo"playboy"(?) Doca Street.
Segundo nota no Ancelmo Góis, no Globo da última quinta, o filme falará sobre o crime, contará todo o processo do julgamento e ainda abordará a questão da "aurora do feminismo moderno" no Brasil... sob a tutela de dois homens, o roteirista João Ximenes Braga e o diretor Bruno Barreto. Mais uma vez as mulheres do audiovisual, que fazem tantas campanhas para que seus trabalhos sejam valorizados e reconhecidos, ficam de fora.

Doca dizia que agiu em “legítima defesa da honra”, o que levou à revolta das mulheres, que criaram o slogan “Quem ama não mata”. Na época, ainda não existia a tipificação de feminicídio, por isso é ainda mais importante que mulheres teçam essa narrativa. Já está bom de feminismo sob a ótica masculina. Precisamos de mulheres contando histórias de mulheres, e não homens, que fazem parte da mesma estrutura machista que produz uma sociedade violenta e que invisibiliza o trabalho de mulheres.

Quem ama valoriza o trampo.