Alexandre Nero compara seu personagem com Bolsonaro: “mata pessoas, nega a ciência”

Mesmo sem falar o nome do presidente, ator deixou claro para Ana Maria Braga com quem comparava o vilão Tonico Rocha, de “Nos tempos do Imperador”

Alexandre Neto no Mais Você. Foto: Reprodução
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O ator e músico Alexandre Nero comparou o novo personagem Tonico Rocha, da novela “Nos tempos do Imperador”, com o presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (10), durante entrevista ao programa Mais Você, de Ana Maria Braga.

“Como cidadão, eu tenho muita raiva desse cara. Ele mata pessoas diariamente, esse cara rouba dinheiro, esse cara nega a ciência, esse cara nega o progresso, nega milhões de coisas”, disse.

Reflexo do Brasil de hoje

De acordo com ele, seu novo personagem é o reflexo, mesmo sendo alguém de uma época totalmente distinta, do que vem acontecendo atualmente no Brasil: “É inevitável falar desse cara, do político Tonico Rocha [seu personagem na novela], sem falar da vida real, de tudo que a gente vive, especialmente nos dias de hoje”.

Nero disse ainda ter receio de que a palavra político e sua grande importância para uma sociedade seja rebaixada: “É muito perigoso também. Eu morro de medo de que as pessoas comecem a compreender que o político, de maneira geral, é isso. Inclusive, esse mal que a gente tem vivido ultimamente, essas pessoas tem sequestrado palavras muito importantes e fundamentais para a vida”.

Fama dos políticos

Para ele, a fama, nada boa dos políticos, é algo que precisa ser repensada: “A palavra político, o ser político é muito importante, é fundamental. É importante que todos nós sejamos políticos, que nós atuemos politicamente. Então, deixar que políticos sejam apenas pilantras e corruptos, está equivocado”.

Ele falou também sobre seus sentimentos pelo personagem que interpreta, Alexandre Nero não pensou duas vezes e disse: “Como cidadão, eu tenho muita raiva desse cara. Ele mata pessoas diariamente, esse cara rouba dinheiro, esse cara nega a ciência, esse cara nega o progresso, nega milhões de coisas. Mas, como o cara que dá vida ao personagem, tenho dó. É um homem rejeitado pela família, um homem frustrado, que nunca foi nada, incompetente, burro, covarde. Então, como “cavalo” dele, eu tenho é dó, mas como cidadão ele é um mal terrível”.