Justiça condena humorista Léo Lins por fazer piada com mulher transgênero

Segundo a juíza, o humorista usou de “zombaria e deboche” ao se referir à cabeleireira Whitney Martins de Oliveira, para divulgar um show em 2018

Léo Lins - Foto: Divulgação
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O humorista Léo Lins, que atua no programa de Danilo Gentili, no SBT, foi condenado a pagar indenização de R$ 15 mil por ter feito piadas com uma mulher transgênero, de acordo com a coluna de Rogério Gentile, no UOL.

Em setembro de 2018, ele gravou um vídeo para divulgar um show em Jacareí (SP). No início da gravação, ele comparou a história da cidade com a da cabeleireira Whitney Martins de Oliveira.

“O povoamento da região só começou em 1652 com a chegada de Antônio Afonso, fundador de Nossa Senhora da Conceição da Parayba, que cresceu e virou Jacareí. Assim como Jurandir, que cresceu e virou Babalu", disse, se referindo ao antigo nome de Whitney.

No final do vídeo, o humorista debochou de Whitney novamente, sugerindo que sua imagem fosse incluída no brasão da cidade. Nos dois casos, Lins usou a foto da vítima.

Em depoimento à Justiça, Whitney afirmou que o vídeo reforça o preconceito que sempre sofreu. Ela declarou, ainda, que tem medo do comportamento das pessoas, “pois sabe o tipo de reação”, que esse tipo de piada pode provocar. Lins negou que tenha feito “juízo depreciativo”.

Zombaria e deboche

No entanto, a juíza Mariana Sperb destacou que, mesmo não tendo havido uma discriminação homofóbica textual, o humorista usou a condição de transgênero para fazer chacota. “O conteúdo do vídeo a tratou com zombaria e deboche”, ressaltou.

A juíza também considerou que Lins não poderia ter usado a imagem de Whitney sem autorização dela.