VÍDEO - Luana Piovani defende cadeia para Léo Lins: "8 anos é pouco"
A atriz argumenta que o comediante deve cumprir a sentença em regime fechado
A atriz Luana Piovani usou as redes sociais nesta quinta-feira (5) para defender a condenação imposta pela Justiça ao comediante Léo Lins, que recebeu uma pena de 8 anos de prisão por promover discurso de ódio em seus espetáculos. O comediante também foi condenado a pagar uma multa por danos coletivos.
"Eu não acho 8 anos pouco para uma pessoa que faz piada com as minorias marginalizadas. Sabe por quê? Porque isso, pode parecer que não, mas com certeza isso engrossa o coro de quem bate nas pessoas da comunidade LGBTQIAP+, nas pessoas que agridem e [...] matam mulheres, negros, indígenas", afirmou Luana Piovani.
Em seguida, Luana Piovani critica os homens que saíram em defesa de Léo Lins. "Eu fico surpresa de ver esse bando de homens aparecendo, inclusive pessoas que eu admiro muito, dizendo que acham um absurdo ele ser condenado a oito anos de cadeia. Absurdo é uma pessoa que estupra ser condenada a oito anos... uma pessoa que faz piada com as minorias que são dizimadas", afirmou a atriz.
Confira abaixo a íntegra do depoimento de Luana Piovani:
Léo Lins é condenado a mais de 8 anos de prisão por discurso de ódio
O humorista Léo Lins foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A decisão, anunciada na última sexta-feira (30), considera que o comediante propagou discurso de ódio contra diversos grupos sociais em um vídeo publicado em seu canal no YouTube.
O conteúdo, veiculado durante um show de stand-up e que chegou a mais de 3 milhões de visualizações, continha piadas com teor preconceituoso e ofensivo direcionadas a negros, pessoas com deficiência, soropositivos, homossexuais, nordestinos, judeus, indígenas, idosos, evangélicos e obesos, entre outros.
Multa milionária
Além da pena de prisão, Lins foi condenado a pagar uma multa equivalente a 1.170 salários mínimos de 2022 — cerca de R$ 1,4 milhão — e uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.
Segundo a sentença, o caráter discriminatório das falas foi agravado pelo contexto em que ocorreram: um ambiente de entretenimento, onde o humorista demonstrou desprezo pelas possíveis consequências. A decisão menciona que o próprio Lins admitiu, durante o show, que suas piadas poderiam gerar processos judiciais.
“O humor não pode ser usado como escudo para disseminar preconceito”, afirma um trecho da sentença. “O exercício da liberdade de expressão não é ilimitado e deve respeitar os princípios da dignidade humana e da igualdade.”
Para o Ministério Público Federal, responsável pela acusação, o vídeo ultrapassou os limites da liberdade artística ao incitar intolerância e reforçar estigmas contra populações historicamente vulneráveis. O material foi retirado do ar em 2023 por ordem judicial.
A equipe de Léo Lins ainda não se pronunciou oficialmente sobre a condenação. O comediante pode recorrer da decisão em liberdade.