Em crítica a Bolsonaro, Marieta Severo diz que nunca imaginou que atual governo fosse eleito

"A gente não poderia imaginar que a população brasileira elegeria esse tipo de governo, com esse tipo de valores. Não vou dizer quais são, acho que todo o mundo sabe", disparou a atriz

Marieta Severo (Divulgação/Rede Globo)
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Em uma entrevista nesta quinta-feira (3) para falar sobre reprise da novela "Laços de Família", na Globo, da qual participou, a atriz Marieta Severo entrou no assunto de política e teceu críticas, sem citar nomes, a Jair Bolsonaro e seu governo.

Perguntada sobre as mudanças no país ao longo dos últimos 20 anos, desde que a novela em questão foi ao ar pela primeira vez, Marieta disse, naquela época, não havia a consciência de "que esse tipo de governo poderia ser eleito, que teria apoio de uma parte da população".

"Essa consciência que a gente tem agora, a gente não tinha. A gente não poderia imaginar que a população brasileira elegeria esse tipo de governo, com esse tipo de valores. Não vou dizer quais são, acho que todo o mundo sabe", completou.

Marieta também falou sobre o gesto de "arminha" com as mãos, repetido à exaustão pelo presidente e que se tornou um dos principais símbolos do bolsonarismo. "Nunca imaginei que uma foto de uma criança fazendo arminha fosse levar alguém a concordar com esse caminho político", lamentou.

Desmonte da cultura

A crítica de Marieta Severo ao governo Bolsonaro não vem de hoje. Em setembro de 2019, primeiro ano de mandato do capitão da reserva, a atriz comentou o desmonte da área da cultura que estava e vem sendo promovido pelo mandatário.

"Que momento é esse, muito louco, que eu achei que não ia viver de novo, né?", comentou a atriz, resgatando o período do governo Collor. "O Collor ele terminou com a Embrafilme em um processo muito vingativo com os artistas. A gente tinha uma produção com a Embrafilme de cento e poucos filmes por ano e a gente caiu para um filme. Foi uma catástrofe", destacou.

Apoio a Lula

Em maio de 2018, Marieta Severa afirmou em entrevista que ficou "triste" com a prisão do ex-presidente Lula.

“é evidente que não há prova suficiente. Independentemente dos erros, não vão acabar com a semente que o Lula plantou. Temos que prestar atenção no que está por trás do que as pessoas dizem, a quem interessa. Não deixar visitarem Lula na prisão faz parte do jogo em relação à próxima eleição. É a lama. Nos anos Lula, tinha a sensação de que alguém estava fazendo algo para diminuir a desigualdade social”, declarou.