Brasil pratica genocídio, diz comissão do Senado

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A Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investigou o assassinato de jovens, presidida pela senadora Lídice da Mata (PSB/BA) e com relatoria de Lindbergh Farias (PT/RJ) concluiu, no seu relatório (clique aqui), a existência de um processo de extermínio de jovens negros no Brasil. “A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado. Isso equivale à queda de um jato cheio de jovens negros a cada dois dias. Genocídio da população negra é a expressão que melhor se enquadra à realidade atual do Brasil”, afirmou o relator da comissão. Para a presidenta da CPI, “a situação do Brasil é considerada pela ONU como um estado de endemia, por isso queremos a aprovação desses três projetos que estão em pauta no Congresso Nacional porque são bandeiras que nos ajudariam a combater o problema”. Um dos pontos destacados no relatório é a necessidade do fim dos autos de resistência. No relatório aprovado, este instrumento permite que um crime de autoria reconhecida seja anulado culpando a vítima. “O que mais nos mata é que parece que nossos filhos não eram nada. O Estado não dá respostas em termos de justiça. Quando meu filho morreu, ele não teve voz, e nós não podemos deixar esse silêncio se perpetuar”. Este depoimento de Vera Lúcia Andrade, do Movimento Mães de Maio, dá a exata dimensão do que é este processo de extermínio. O Estado brasileiro é estruturado com base em três pilares: concentração de riqueza e patrimônio, cidadania restrita e violência com prática política central. O racismo é o elemento ideológico legitimador deste tipo de Estado. É ele quem define quem tem e não tem a riqueza, quem é e não é cidadão e quem é o autor e a vítima da violência. O extermínio de jovens negros não é uma prática pontual. É sistêmica. Os autos de resistência são instrumentos institucionais para manter esta prática. O mais grave é que o governo golpista, ao sinalizar para um corte nas políticas públicas e uma política de maior concentração de renda, tenderá a intensificar o extermínio. A presença de Alexandre Moraes no Ministério da Justiça é um indicador disto. Ele foi um dos principais gestores da política do extermínio em São Paulo. (Informações retiradas do blog Negro Belchior)