Negras e negros foram às ruas no dia 20 de novembro em defesa de direitos ameaçados

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[caption id="attachment_1121" align="aligncenter" width="1080"]Cerca de 2 mil pessoas participaram da marcha em São Paulo Cerca de 2 mil pessoas participaram da marcha em São Paulo[/caption] Em todas as principais cidades do Brasil, as entidades do movimento negro organizaram manifestações de rua no dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra. O eixo das manifestações foi "Fora Temer, nenhum direito a menos". A avaliação das entidades do movimento negro é que o governo atual sinaliza para uma retirada de direitos conquistados, principalmente com a proposta da PEC de congelamento dos investimentos públicos por vinte anos. Em São Paulo, a marcha se concentrou no vão livre do MASP, na avenida Paulista e contou com cerca de 2 mil participantes. O ato iniciou com apresentações culturais e com uma fala política da deputada estadual Leci Brandão (PCdoB), além da participação de movimentos e organizações que fazem parte da Frente Povo Sem Medo. Um pouco antes, na Praça do Ciclista, o Circulo Palmarino, entidade do movimento negro, realizou uma aula pública para lançar a campanha "Um povo sem memória não é um povo livre", questionando as propostas de retirada dos conteúdos humanistas e históricos das grades curriculares do ensino fundamental e médio e, particularmente, os conteúdos previstos na Lei 10639/03 (História da África e Cultura afrobrasileira). (clique aqui para ver a íntegra da aula pública) Três carros de som animaram a marcha. Um, principal, com as falas das organizações que fazem parte da Convergência Negra e outras organizações da Frente Povo Sem Medo, além de personalidades e ativistas da luta contra o racismo; o segundo carro foi coordenado pelas integrantes do núcleo impulsor da Marcha das Mulheres Negras e o terceiro, por lideranças da juventude negra. Provocação Organizações de cunho nazifacista, como o Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua, marcaram um ato para o mesmo dia e horário na avenida Paulista em "defesa da Lava Jato". Ficou nítida a tentativa de provocação e o desejo de criar um confronto com os manifestantes da comunidade negra que, tradicionalmente, fazem a marcha no dia 20 de novembro naquele local. Houve alguns incidentes como ovos atirados em direção aos manifestantes e a agressão destemperada de um manifestante direitista contra mulheres negras que estavam indo para a marcha. A agressão deste homem foi filmada pela equipe do "Jornalistas Livres". (clique aqui para ver) Apesar destes incidentes, a marcha correu tranquilamente e foi encerrada na escadaria do Teatro Municipal, onde foi fundado em 1978 o Movimento Unificado contra a Discriminação Racial. Em várias outras capitais, houve manifestações do movimento negro contra o governo golpista de Temer, a PEC 241/55 e a retirada de direitos.