A disputa será decidida no final de semana da eleição, quando 15% dos eleitores escolherão seu candidato

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Por Igor Felippe Os números das pesquisas de opinião não bateram com o resultado das urnas no dia 5 de outubro. Não dá para levar ao pé da letra os levantamentos dos institutos, embora apontem tendências que podem ajudar na compreensão do movimento do eleitorado. No primeiro turno, as pesquisas identificaram o crescimento de Aécio Neves e a queda de Marina Silva. Ou seja, mais importante do que os números, foram as tendências. Os resultados das últimas pesquisas apontam empate entre Aécio e Dilma, com o candidato do PSDB um pouco à frente. A margem de erro desautoriza qualquer precisão em relação ao resultado (leia mais aqui sobre a pesquisa). A onda azul da campanha de Aécio Neves, que assustou os petistas a partir do primeiro turno, não passou de uma marolinha. O tucano cresceu, mas não deslanchou. grafico_folhaNo entanto, o resultado mais interessante da pesquisa Datafolha, divulgado para limpar a barra do instituto pelos erros para além das margens no primeiro turno, é sobre o momento da definição do voto: 15% dos eleitores decidiram em quem votar no sábado e no domingo da eleição. Esse dado tem uma enorme relevância, especialmente em uma eleição que será decidida voto a voto, como já escreveu o Rodrigo Vianna. Esses eleitores podem decidir o resultado da eleição. O Datafolha destaca também os eleitores com menos renda são os que mais decidiram no dia da eleição, em torno de 11%. Assim, os mais pobres deixam a decisão para a última hora, o que demonstra que não têm uma posição cristalizada, votam a partir de elementos concretos e não estão contaminados com a campanha ideológica da velha mídia contra o PT. No entanto, um fato de impacto às vésperas da eleição pode influenciar esse segmento do eleitorado. A capacidade de reação será determinante, ainda mais porque o horário político termina na sexta-feira. Por isso, a campanha de Dilma e os setores progressistas precisam se preparar para fazer nos últimos dias uma ação de rua, com foco na periferia das grandes cidades, e nas redes sociais. Até lá, a campanha de Dilma tem de avançar no processo de desconstrução de Aécio Neves, colocá-lo na defensiva e criar uma gordura para queimar no final de semana das eleições. No debate da Band, a petista lançou essa tática, foi pra cima e aplicou duros golpes em Aécio. Uma eleição é uma maratona e o competidor precisa estar preparado para o momento da largada, do percurso e da chegada. Qualquer erro ou despreparo pode resultar na derrota. A campanha de Dilma precisar estar preparada para o pior cenário.