Fortes: o baile da Ilha Fiscal de Gilmar Mendes no STF

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Leandro Fortes é o repórter que escreveu duas belas matérias sobre Gilmar Mendes, na CartaCapital: - revelou como funciona a "capitania hereditária" da família Mendes em Diamantino-MT - http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/cartacapital-capangas-mataram-andrea-em-mt; - mostrou como opera o "instituto" de Gilmar Mendes,  o IDP - que contrata ministros e ôtoridades para dar cursos e palestras Brasil afora. Leandro Fortes acompanhou nesta quarta, em Brasília, o baile da Ilha Fiscal promovido por Mendes no Supremo. Como se sabe, o baile original ocorreu em 1889. A Monarquia brasileira caía de podre, mas a família imperial preferia fingir que nada acontecia... E se esbaldou no baile, na tal ilha que fica na baía de Guanabara. Nesta quarta, Gilmar preferiu fingir que desprezava os manifestantes postados na praça dos Três Poderes. Eles protestavam contra o chefe do Judiciário. Na mesma hora, Mendes marcou um convescote na sede do Supremo. Só faltou sugerir aos manifestantes que se fartassem com brioches. Bem, não vou dizer mais nada. Leiam o artigo de Leandro Fortes - http://brasiliaeuvi.zip.net/. BRASÍLIA, INESQUECÍVEL "Não deixa de ser curioso constatar o clima de Baile da Ilha Fiscal que cercou, literalmente, a impressionante manifestação popular levada à cabo na noite de hoje, 6 de maio de 2009, na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal, aqui em Brasília. Logo cedo, o ministro Gilmar Mendes, alvo dos manifestantes, mandou colocar cercas em todo o perímetro do STF com a inacreditável desculpa de que seria preciso preservar o ambiente para um evento noturno, a apresentação de um anuário jurídico publicado pelo jornalista Márcio Chaer, do site Consultor Jurídico. Chaer e Mendes são amigos, mais que amigos, fraternos aliados empenhados em uma simbiose ideológica travestida de relação jornalística. Difícil é definir quem é a fonte de quem. Quis o destino que a tertúlia do Conjur, montada para dar um ar de naturalidade a uma noite de protestos anunciados, surtisse um efeito perversamente oposto, alçada que foi a farra a pano de fundo perfeito para as luzes de milhares de velas acesas em frente ao STF. Graças ao convescote, os manifestantes puderam perceber a presença física, ainda que à distância, de Gilmar Mendes. Àquela altura, o presidente do STF já estava amargamente arrependido de ter apostado no fracasso da manifestação. Mais cedo, ele havia relegado o movimento a uma ação de inimigos dos quais, em mais uma de suas declarações infelizes, disse se orgulhar. Com Mendes na mira, vieram as palavras de ordem, gritadas a pleno pulmão. Ele ouviu. Coisa linda é uma manifestação noturna com 10 mil velas. Pelo menos duas mil pessoas passaram pela Praça dos Três Poderes para participar, olhar ou só constatar o que estava acontecendo em meio àquela alegre balbúrdia de luz. Os carros normalmente indiferentes ao rush da capital federal buzinavam, em apoio aos manifestantes. Pessoas desciam dos ônibus para prestar solidariedade. Ele viu. Que ninguém se engane. Esta noite, algo se quebrou em Brasília.