"O Globo" ainda pensa que é um jornal, mas é piada

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No lobby do hotel, no Rio, leio “O Globo”. Demoro pra perceber que é o jornal de ontem Os jornais – de uma forma geral - estão tão envelhecidos que quase não há diferença entre ler o jornal de hoje ou de ontem. É tudo velho. Mas vale como humor.
A página de “Opinião” do velho diário carioca é quase inacreditável. Na última segunda, havia 3 artigos. Vejam só: Ives Gandra, Denis Rosenfeld (os dois batendo no Plano de Direitos Humanos), além de um ta de Paulo Guedes a comemorar a vitória da direita no Chile.
“O Globo” está à direita de Gengis Khan. Parece a página do professor Hariovaldo. A única coisa séria em “O Globo” é o Agamenon aos domingos. O resto é o resto. Um amontoado de munição para os senhores da classe média carioca empunharem em seus renhidos debates, durante os jogos de dominó.
Agora, sim, sobre a mesa, descubro o jornal “certo”. De terça-feira. O tal do Merval Pereira usa sua coluna para dar um alento à oposição brasileira: a vitória da direita no Chile pode indicar que Lula terá dificuldade para transferir votos para Dilma – como aconteceu com a Bachelet e Frei.
É torcida pura. No fim do “artigo”, ele se entrega: uma das fontes é o Montenegro, do IBOPE. “O Globo” não consegue ser sutil.
É uma piada.