Professor de sociologia também foi vítima de "Veja"

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Essa semana, você leu aqui no Escrevinhador a declaração do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro - que foi vítima de manipulação grosseira por parte da "Veja" - http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/veja-e-a-incrivel-entrevista-que-nunca-existiu. Agora, recebo do leitor Adilson Filho (professor da rede estadual no Rio) relato de outro caso semelhante. Confiram...
Prezado Rodrigo,
Há algumas semanas fui vitima de uma reportagem mentirosa da revista VEJA, que tentava demonizar o ensino de Sociologia no ensino médio. Usaram uma foto minha, que autorizei na ocasião, porém a vincularam a uma chamada de forma a sugerir que eu era um mau professor e que minha escola estaria a "caça" de bons professores. Agora vejo que acontece algo pior com o antropólogo Viveiros de Castro.
Embaixo da foto - onde apareço com minha turma em sala de aula - a pessoa responsável pela matéria escreveu sobre um desafio em comum que minha escola no Rio de Janeiro e a escola São Domingos, em São Paulo, estariam enfrentando que é o que eles grosseiramente resolvem denominar de "caça de bons professores". No interior da matéria constata-se que o diretor da escola paulista, de fato, diz que passa por tal situação, porém, na minha escola , que colocam tendenciosamente no mesmo bolo, não houve nenhuma entrevista, com nenhum diretor, nenhuma professora, nenhuma coordenadora pedagógioca, sequer um aluno, ou inspetor, nada. Simplesmente porque não houve visita de nenhum jornalista nem entrevista por outro meio, apenas a ida do fotógrafo que mal sabia dizer em que matéria seria colocada a foto. Conclui-se, então, que a escola foi usada apenas para ilustrar a matéria em que demonizam o ensino da Sociologia e Filosofia na figura de um professor e de sua sala de aula. Foi um desastre de reportagem -  com insinuações , deboches , palavras grosseiras como “bobagens”, associação do conteúdo da disciplina com bloco de carnaval, e minha foto ilustrando uma legenda mentirosa, oriunda da fala de um diretor de uma escola particular de São Paulo que, pelo visto, está completamente afinado com o viés ideológico da Revista (basta ver a foto que permite publicar de seus alunos enfileirados e assustados parecendo que estão sendo vitimas de uma lavagem cerebral em massa). Um abraço, Adilson.