"Punir os que afrontam a Democracia"

A Comissão da Verdade nem foi instalada, e o clima já esquentou. Dezenas, na realidade centenas de militares se insubordinaram, lançando um manifesto contra Dilma e o ministro da Defesa, Celso Amorim. Um manifesto contra a Democracia brasileira, seria melhor dizer.

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[caption id="attachment_11917" align="alignleft" width="181" caption="Muitos ainda tentam esconder o rosto"][/caption] por Rodrigo Vianna A Comissão da Verdade nem foi instalada, e o clima já esquentou. Dezenas, na realidade  centenas de militares se insubordinaram, lançando um manifesto contra Dilma e o ministro da Defesa, Celso Amorim. Um manifesto contra a Democracia brasileira, seria melhor dizer. Publicamos, aqui nesse blog, artigos criticando duramente esses militares. Um desses textos, assinado por Eric Nepomuceno, suscitou  comentários "ameaçadores" de gente que se esconde atrás de emails falsos e identidades forjadas. A turma das sombras não aceita a Democracia. É preciso enfrentar essa gente. Acabo de recolher o IP (registro digital) de um dos supostos leitores que faz ameaças ao autor do artigo e ao responsável por esse blog. Vou à policia e ao Ministério Público, registrar queixa e pedir investigação. Mas a reação não pode ser, apenas, individual. É preciso uma reação política. Por isso, publico abaixo um manifesto contra os golpistas e defensores da tortura. Esse blogueiro assina e se coloca, desde já, ao lado dos que lutam pela Verdade e pela punição dos covardes - vistam eles farda ou não. === Instalar imediatamente a Comissão da Verdade Punir os militares que afrontam a democracia Testemunhamos nos últimos dias, entre militares da reserva, o ressurgir de vozes lúgubres, de oposição à criação e ao funcionamento da Comissão Nacional da Verdade. As manobras dos indivíduos que buscam calar o direito à Memória, à Verdade e à Justiça tentam, por um lado, golpear a democracia, atingir e desmoralizar o governo federal e suas autoridades; por outro lado, envolver as Forças Armadas dos dias de hoje na defesa dos crimes cometidos, há décadas, pela Ditadura Militar, e implicá-las na defesa de militares e civis que foram os executores desses crimes. O chamado “Manifesto à Nação” assinado por militares da reserva, entre os quais conhecidos torturadores, é uma enorme afronta ao governo federal legitimamente eleito e aos Poderes da República, e seus ataques à Comissão Nacional da Verdade são inadmissíveis. Externamos nosso integral apoio à decisão da presidenta Dilma Rousseff e do ministro da Defesa, Celso Amorim, de punir esses autores de crimes de desacato, e reiteramos a necessidade da instalação imediata da Comissão Nacional da Verdade, único instrumento capaz de investigar, conhecer e divulgar a verdade sobre as graves violações de direitos humanos praticadas pelos órgãos de repressão da Ditadura Militar, e a sanção de seus autores, nos termos da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal Federal quanto aos crimes permanentes. Por fim, face ao crescimento das adesões de militares a esse manifesto de vocação golpista, a punição aos seus subscritores tornou-se uma questão não só imprescindível, como urgente, sob pena de fragilizarem-se a Democracia e os Poderes constitucionais da República. São Paulo, 7 de março de 2012 Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo - SATED/SP Rede Social de Justiça e Direitos Humanos Sindicato dos Advogados de São Paulo Terra de Direitos – Organização de Direitos Humanos