Apesar das dificuldades, escolas públicas do DF aprovam centenas de alunos em universidades federais

Caso mais emblemático foi o do CED 11 de Ceilândia, que teve 37 aprovados, apesar do trauma sofrido com um aluno assassinado este ano nos arredores da escola

CED 11 Ceilândia. Foto: Divulgação
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Apesar da falta de estrutura, com salas lotadas por falta de unidades e as dificuldades com a pandemia do coronavírus, várias escolas públicas do Distrito Federal (DF) aprovaram centenas de alunos em universidades federais, principalmente a Universidade de Brasília (UNB).

O caso mais emblemático foi o do Centro Educacional 11 (CED 11) de Ceilândia, que teve um aluno de 16 anos, o estudante Geoffrey Stony Oliveira do Nascimento, assassinado em setembro com um tiro nos arredores da escola.

A unidade celebra a conquista de 37 de seus estudantes, que, a despeito de todas as dificuldades do período, ingressaram nas fileiras da universidade pública.

Esses 37 jovens representam quase a metade dos estudantes do último ano na escola. Segundo o professor Kiko Gadelha, diretor do CED 11, o fato de a escola acolher os adolescentes desde o 6º ano e acompanhá-los até os anos finais faz muita diferença. “É importante valorizar o trabalho dos professores que acompanham esses estudantes há muito tempo”, destaca ele. “Tivemos muitas dificuldades devido à pandemia, mas os alunos se dedicaram muito e os professores também”, celebra Kiko.

O diretor também aponta a grande contribuição dada pela escola pública à sociedade, mudando a perspectiva de vida de muitos meninos e meninas. “A falta de estrutura existe, com mais investimento iríamos ainda mais longe”, diz ele, lembrando que o CED 11 se encontra numa região muito pobre e violenta do Distrito Federal, próximo da comunidade do Sol Nascente.

CEM01 do Gama

Além do CED11, de Ceilândia o CEM01 do Gama já colocou 78 alunos na UnB, e o Centro de Ensino Médio do Setor Oeste (CEMSO) que, na primeira chamada, colocou 48 alunos na UnB. Os alunos vão para os cursos de engenharias (várias), medicina, ciência política, direito, arquitetura, letras e vários outros.

O diretor do CEM01 do Gama, Macário dos Santos Neto, afirmou que “a conquista desses alunos é a culminância de um projeto que teve início em 2018. O grande desafio nosso foi, sem dúvida, convencer a comunidade escolar que era possível estudarmos de forma remota”, diz.

Fonte: SINPRO-DF