Coronavírus: Comando Nacional dos Bancários barra demissões e garante máscaras acrílicas para trabalhadores

Que a experiência de luta e ações coletivas dos bancários inspirem outras categorias a compreender que só a unidade de classe é capaz de frear os ataques do patronato. Que os sindicatos deste país entendam que o momento da pandemia é o momento de maior atuação na proteção da vida dos trabalhadores, de suas condições de trabalho e sobrevivência.

Reprodução. Arte: Linton Publio
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A Unidade nacional dos bancários representa os trabalhadores de bancos públicos e privados e tem sido fundamental para garantir a mesa de negociação e inúmeras conquistas. Por meio da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) válida para todo o país e todas as empresas do setor, os bancários vêm se mobilizando desde o início da pandemia e foram os primeiros a pressionar o setor patronal a adotar medidas de proteção aos trabalhadores e clientes, em decorrência da pandemia de coronavírus (Covid-19). 

O Santander, por exemplo, afastou os funcionários do grupo de risco, ao vencer o tempo de licença médica de 14 dias e cujo período de férias coletivas está por terminar, o banco estenderá o período de férias por mais 15 dias, para que os trabalhadores de grupo de risco possam permanecer em casa. 

Na noite de ontem (08/04) o Comando Nacional dos Bancários teve outra importante vitória: conseguiu suspender as demissões durante a pandemia e conseguiu equipamentos de proteção para a categoria. A categoria dos bancários foi a primeira a se mobilizar para garantir equipamentos de proteção para seus trabalhadores. O Bradesco fornecerá para todos os bancários de suas agências em todo o território nacional máscaras acrílicas.

Ontem, (08/04) o Bradesco respondeu formalmente ao movimento sindical, informando que suspenderá as demissões durante o período da pandemia de coronavírus. Com isso, consolida-se uma importante conquista da negociação coletiva envolvendo o Sindicato, demais entidades representativas articuladas no Comando Nacional dos Bancários, e Fenaban (federação dos bancos), uma vez que os três maiores bancos privados do país - Itaú, Santander e Bradesco - acataram a reivindicação de suspender as demissões. 

Os bancários vem provando a importância da unidade nacional dos trabalhadores para garantir direitos para todos, sejam os que atuam nos bancos públicos ou privados e em todo território nacional.

Que a experiência de luta e ações coletivas dos bancários inspirem outras categorias a compreender que só a unidade de classe é capaz de frear os ataques do patronato. Que os sindicatos deste país entendam que o momento da pandemia é o momento de maior atuação na proteção da vida dos trabalhadores, de suas condições de trabalho e sobrevivência. Dessa forma o trabalhador ressignificará a importância de pertencer ao sindicato, porque conseguirá enxergar na prática que sem os sindicatos os trabalhadores estão desprotegidos.

Campanha Bancári@ Solidári@

Os bancários estão indo além da luta em defesa de sua própria categoria, e solidários aos trabalhadores mais vulneráveis ou em situação de rua, lançaram uma campanha de apoio. Como explica o bancário do Banco do Brasil e diretor do Sindicato Ernesto Izumi:

“Nós bancários, que trabalhamos em São Paulo, especialmente aqueles que estão alocados em agências e departamentos localizados no Centro, diariamente vemos milhares de pessoas em situação de rua ou que trabalham coletando recicláveis, fazendo pequenos trabalhos, e que estão precisando de nossa ajuda. Neste momento difícil para todos nós, é fundamental lembrarmos das pessoas que estão em situação de maior vulnerabilidade social. Por isso, o Sindicato tem orgulho de apoiar entidades como a Casa de Oração do Povo de Rua, entidade liderada pelo Padre Júlio Lancellotti, para a qual já fizemos uma doação de alimentos; e a Rede Rua, para a qual também doaremos alimentos para a continuidade da distribuição. Também apoiamos, com doações de cestas básicas, a comunidade da Barragem, em Parelheiros, extremo sul de São Paulo”. 

Para potencializar ainda mais essa rede de solidariedade neste período de pandemia, o Sindicato criou a campanha Bancári@ Solidári@, que dá visibilidade a entidades que organizam ações de solidariedade. Além da Casa de Oração do Povo de Rua e da Rede Rua, o Sindicato dos Bancários de São Paulo apoia o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis e o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC). Ernesto Izumi destaca que a solidariedade é a regra na categoria: "Conclamamos os colegas bancários a colaborarem com essas organizações. Sempre que fazemos este tipo de apelo aos bancários, a categoria nos mostra o quanto é solidária. Desta vez, neste período tão difícil, estamos certos que não será diferente. Seja você também um Bancári@ Solidári@”.

Os bancários entendem que a defesa da vida dos trabalhadores é a principal bandeira de luta.

Com informações de SPBancários