2021 começa com a pergunta: cadê os meninos desaparecidos em Belford Roxo?

Lucas, 8, Alexandre, 10, e Fernando, 11, saíram para jogar bola do lado de casa no final de 2020 e ainda não foram encontrados

As três crianças desaparecidas em Belford Roxo. Foto: reprodução
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WILLIAN NOVAES

2021 tá aí. Chegou cinza, sem graça, sem vacina.

Cada um tem a sua história triste para contar e sofrer. Esse ano vai doer muito para passar… Isso mesmo, doer, mas e as dores das mães dos três meninos que sumiram quando saíram para jogar bola?

A maioria dos homens com um pouquinho de idade sumiam no mundo com as suas bolas e chuteiras velhinhas para jogar futebol. As mães sempre esperavam, algumas gritavam na janela, ou berravam na laje, algumas corriam atrás das suas crias. Em todas as vezes elas eram contempladas com um: já tou indo, ele mandou avisar que já vai, e pronto, a paz voltava a reinar naquelas casas simples.

Mas virou 2021 e essas três pobres mães de Belford Roxo imploram por notícias dos seus meninos de 8, 10 e 11 anos. Poderia ser eu, Tupi e Bolacha. Ou Toia, Poeira e Rique… Ou Cabelo, Japa e Marcelinho…

Virou 2021 e essas mães imploram por notícias dos seus meninos. Poderia ser eu, Tupi e Bolacha. Ou Toia, Poeira e Rique... Ou Cabelo, Japa e Marcelinho... Poderia ser qualquer um dos meninos brasileiros que correm atrás dos seus sonhos num campo de terra

Poderia ser qualquer um dos meninos brasileiros que correm atrás dos seus sonhos num campo de terra, numa quadra esburacada ou num espaço vago. O pau come ali dentro e ninguém que não joga jamais vai entender.

Como ninguém vai entender a morte em plena virada da pequena Alice, de 5 anos, infelizmente no Morro do Turano, Rio de Janeiro por uma bala perdida… E ainda mais o descompromisso do governo em relação à vacina e à lógica da doença…

O governo parece aquela criança birrenta que cisma em causar e aprontar mesmo estando dentro da igreja e tem aquele pai que finge que não vê e ainda passa a mão na cabeça do seu rebento.

Brasil 2021, um ano que ainda vai doer muito pra passar, só com fé e esperança para chegarmos em 2022 e que essas mães de Belfort Roxo encontrem os seus pequenos meninos vivos ou os seus corpinhos, porque a angústia de esperar uma notícia dessas corta a alma e sangra o coração de qualquer um.