Celso Amorim na TV Fórum: "Sergio Moro é de extrema direita"

Ex-ministro da Defesa disse também: "Candidato não tem que sair para pedir a bênção de militares"

O ex-ministro Celso Amorim. Foto: Cristina Gallo/TV Senado
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O ex-chanceler (governo Lula) e ex-ministro da Defesa (governo Dilma) Celso Amorim declarou em entrevista a Cynara Menezes no Programão da Fórum que em 2022 o Brasil "terá dois candidatos de extrema direita": Jair Bolsonaro e Sergio Moro. "Eu quando falo de extremista, não falo só de Bolsonaro. Eu acho que Moro é outro extremista. Neste ponto o Brasil está competindo com a França, que tem dois candidatos de extrema direita. Nós temos dois candidatos de extrema direita. A terceira via é uma variante da via da extrema direita", disse Amorim.

Para o ex-ministro das Relações Exteriores, "a direita moderada sumiu do panorama" e a tendência hoje no mundo é que as disputas de poder aconteçam entre governos reformistas, sociais democratas, e a extrema direita. Amorim tampouco acredita que a esquerda extrema tenha sobrevida atualmente. "Como me disse Raúl Castro uma vez, 'a era das guerrilhas acabou'."

Celso Amorim avalia que a recepção efusiva a Lula na Europa por parte dos progressistas e até da centro-direita representada pelo presidente francês Emmanuel Macron foi uma sinalização de que estes setores preferem o petista a Bolsonaro. Sobre o francês, o ex-chanceler afirmou que "ele quis dar um sinal de que o problema dele não é com o Brasil, mas com o atual governo", e definiu a visita de Lula ao Palácio do Eliseu como "uma recepção de chefe de Estado".

"O presidente Macron poderia ter recebido o ex-presidente Lula numa audiência, mas teve guarda presidencial, desceu a escadinha até a porta do carro, na saída a mesma coisa... Falaram como chefes de Estado, como se Lula já fosse o chefe de Estado, sobre a governança mundial, sobre a mudança climática..."

Sobre as tentativas da mídia comercial brasileira de, após deixar de cobrir o tour europeu do petista, tentar comparar Lula a Bolsonaro, o ex-chanceler atribuiu ao fato de "não terem conseguido esconder o brilho da viagem". "Agora tentam encontrar uma maneira de desvalorizar a visita tirando de contexto a entrevista de Lula ao El Pais", reclamou. "O governo do Lula foi totalmente democrático, ninguém ousa dizer o contrário."

O ex-ministro da Defesa de Dilma também deu sua opinião sobre a intromissão de militares na política, que chegou aos píncaros com Bolsonaro. "Os militares não têm que se meter em política, o Brasil não é mais uma republiqueta. Acabou", disse. "Candidato não tem que sair para pedir a bênção de militares."

Assista:

https://youtu.be/2QO1-kiGJfc