Latam é autuada por impedir passageira com autismo de embarcar em voo

"Entrei na fila preferencial e uma atendente me abordou perguntando o motivo de estar ali. Expliquei que era autista e fui impedida de embarcar"

Foto: Reprodução/G1-PE
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A violinista Uli Firmino Ary, de 26 anos, foi impedida de viajar em um avião da Latam por ser autista. Ela embarcaria em Recife e iria até Fortaleza, mas foi informada de que não poderia viajar sem acompanhante. Após o ocorrido, fiscais do Procon foram até o Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre e multaram a empresa por impedir o embarque, mesmo a passageira tendo apresentado um laudo médico, que comprova a capacidade de desenvolver atividades sozinha. "Fui até o guichê solicitar que mudassem meu assento porque eu ficaria na poltrona do meio e isso iria me incomodar porque estaria ao lado de dois estranhos. Entrei na fila preferencial e uma atendente me abordou perguntando o motivo de estar ali. Expliquei que era autista e fui impedida de embarcar", relatou Uli. Segundo a violinista, pediram que ela preenchesse um formulário padrão de informações médicas para viagens aéreas (Medif) e entregasse o documento junto com um laudo médico constando o diagnóstico de autismo. "Sai do aeroporto e fui atrás de um laudo médico. Quando voltei, não autorizaram meu embarque. Sempre viajei sozinha e nunca tive esse tipo de problema. Me senti constrangida." Uli teria uma cirurgia agendada em Fortaleza e por não ter conseguido embarcar, acabou perdendo. A advogada dela Taísa Guedes Noronha diz que será ingressada uma ação contra a Latam. "O diagnóstico de Uli é de autismo leve de alto desempenho, o que permite a ela ter uma vida independente, com autonomia para estudar e trabalhar. Além de denunciar o caso de discriminação, estamos entrando com uma ação por danos morais e materiais", afirmou Taísa ao Diário de Pernambuco. De acordo com o G1, a professora do Núcleo de Educação Musical Inclusiva do Conservatório Pernambucano de Música (CPM) e amiga da família de Uli Firmino, Daniela Genuíno, estava com a jovem no momento do embarque. "Uli queria falar, mas a dificuldade de comunicação faz parte do autismo. A mulher se reportava muito a mim e pedia para falar com a mãe de Uli e eu dizia que ela podia resolver com a gente. Uli estava ali também, mas a supervisora não deu a oportunidade de ela falar. Foi inadmissível", contou Daniela ao G1. Em nota, a Latam Airlines Brasil informou que "não houve qualquer tipo de discriminação no atendimento à passageira e que qualquer prática ofensiva não reflete os valores da empresa. A companhia se sensibiliza com o ocorrido e informa que se manteve mobilizada para o embarque da passageira. A empresa ainda reforça que seus procedimentos estão de acordo com as regras vigentes do setor e têm como objetivo resguardar o bem-estar e a saúde do passageiro a bordo".

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