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O policial militar, ativista do MBL e youtuber Gabriel Monteiro conseguiu se manter na Polícia Militar do Rio de Janeiro após a atuação do Secretário de Estado de Polícia Militar, o coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, nomeado pelo governador Wilson Witzel em janeiro deste ano. O afastamento de Monteiro foi recomendado pela Corregedoria da PMERJ, mas foi vetado pelo secretário. Isso fez o corregedor abandonador o posto.
“O militar em tela ostenta uma ficha disciplinar extensa, demonstrando ineficiência no exercício da função e descompromisso com o serviço militar", diz trecho da decisão da Corregedoria publicada em 27 de agosto deste ano, que comenta ainda sobre a atuação do policial no MBL. Na denúncia apresentada pelo coronel da PM, Marcos Paes, por “desobediência hierárquica", o argumento seria o uso de palavras ofensivas contra a instituição em redes sociais, conduta irregular, ineficiência no cumprimento da função, além de faltas ao serviço para envolvimento em manifestações políticas do MBL.
A sugestão assinada pelo corregedor retirava o porte de arma do youtuber, o encaminhava para a Comissão de Revisão Disciplinar e determinava o recolhimento da identidade do PM e emissão de uma provisória, sem a identificação como policial. Essa medida, no entanto, foi suspensa por Lacerda após intensa pressão do MBL.
"O Secretário de Estado de Polícia Militar, Gen Figueredo, reavaliou a decisão que submeteu o Sd Gabriel Luiz Monteiro de Oliveira ao Conselho de Revisão Disciplinar (CRD). A anulação do ato será publicada no Boletim da Corporação dessa quinta-feira, 29/08", publicou a PMERJ no Twitter.
A interferência do comandante descontentou o corregedor-geral da PM, o coronel Joseli Cândido da Silva, que pediu exoneração logo depois do caso. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, a decisão da sua saída foi pessoal, mas nos bastidores o que se diz é que a causa foi exatamente a anulação do ato, como aponta O Globo.
Hoje, Monteiro está à disposição do deputado estadual Filipe Poubel (PSL-RJ) e não atua nas ruas – membros do 12º Batalhão, da cidade de Niterói, criticaram a “boquinha”.
O PM tem ganhado visibilidade na política do Rio de Janeiro causando polêmicas ao produzir vídeos no mesmo estilo do youtuber e deputado estadual Athur do Val (DEM-SP), do Mamãefalei. Neste domingo (22), ele ficou marcado por agredir um jovem da Marcha das Favelas durante o enterro da menina Agatha Félix, de 8 anos. Gabriel foi ao velório para defender que não foi a Polícia Militar que matou a jovem, atingida por um tiro de fuzil da PM enquanto voltava para casa com seu avô.
Confira a decisão da Corregedoria:
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https://twitter.com/pmerj/status/1167198345892376576