A Corregedoria Nacional do Ministério Público determinou a abertura de uma reclamação disciplinar para apurar declarações do coordenador da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol. Ele criticou decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que impediu uma operação de busca e apreensão no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP).
Toffoli atendeu pedido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que questionou o fato de a medida ter sido autorizada por um juiz de primeira instância. Por se tratar de senador, a ação da PF deveria ser avaliada pelo STF.
Serra é investigado por suspeita de caixa 2 na campanha eleitoral de 2014, quando se elegeu para o Senado. Ele tem negado a existência de irregularidades na campanha.
Toffoli considerou que a ordem era muito abrangente e poderia atingir material de Serra relacionado ao mandato de senador. No Twitter, Deltan chamou a decisão de “equivocada” e casuística.
"Se a moda pega: o mesmo argumento de Toffoli poderia ser utilizado contra buscas e apreensões em quaisquer lugares, pelo risco de prejuízo à atividade empresarial, judicial, advocatícia, ministerial etc., dignas de igual proteção, o que inviabilizaria a apuração de crimes”, escreveu o procurador.