Em vídeo, policial militar confessa ter assassinado vendedor sequestrado após jogo de futebol

“Tudo bem que não vai dar nada. Capaz que não suba nem para a corregedoria”, afirmou o PM

Reprodução/G1
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O policial militar acusado de ter sequestrado o vendedor Cristian Domingos de Almeida, de 33 anos, no Guarujá, confessou o assassinato do comerciante em vídeo obtido pelo portal G1. A confissão foi gravada por uma das testemunhas do crime.

A vítima teria desaparecido em janeiro deste ano, após ter saído de um bar, onde assistia uma partida de futebol com familiares e amigos. Cristian foi abordado por dois homens que estavam de carro e foi levado para um local não informado pelas autoridades.  

O policial foi preso, nesta segunda-feira (17), em decorrência de um mandato de prisão preventiva emitido pela Justiça e encaminhado para o presídio Romão Gomes, em São Paulo (SP).

O vídeo em questão já havia sido apresentado aos órgãos de segurança pública, tendo desempenhado um papel fundamental na aprovação do pedido de prisão preventiva do PM.

Segundo fontes que preferiram se manter em anonimato, ainda há um outro policial militar envolvido no sequestro e assassinato de Cristian, que já está sendo investigado pela Policia Civil.

Uma outra testemunha abordada pelo inquérito da polícia responsável pela investigação do sequestro elaborou a gravação do vídeo depois de ter sido procurada por um dos dois policiais envolvidos no crime. Na filmagem é possível ouvir o PM dizer ter cometido um erro e que havia chances de o processo não resultar em nada.

“Aí, fico transtornado, doido. Começo a fazer merda. Fiquei sem chão, perdi o juízo. É cobrança, um monte de coisa. Eu sei que eu tô errado e só fiz merda [sic], quase perdi a profissão. Vamos esperar para ver o que vai dar. Tudo bem que não vai dar nada. Capaz que não suba nem para a corregedoria, só se der alguma coisa na [Polícia] Civil aqui, porque não achou o corpo, a arma também, só se achar o corpo. Aí, opa, 'vamos periciar a arma dos caras’”, afirmou.

Em outro trecho da gravação, o policial ainda confessa que o carro utilizado no sequestro era do outro suspeito pelo crime e traria problemas, caso apreendido, pois apresentava manchas de sangue da vítima.

“O que ia pegar mesmo era o carro, que estava com as manchas. O cara [policial] está andando a pé por minha causa. O meu parceiro, que estava junto comigo, está andando a pé por causa de mim, dessa merda que eu fiz. Ele se desfez do carro. Ou foi furtado, alguma coisa assim. ”, assumiu.