Bolsonaro convida governador interino do Rio para viagem no avião presidencial até a posse de Fux

Planalto faz aproximação com Cláudio Castro (PSC), depois de atritos com Wilson Witzel, que foi afastado pela Justiça

Cláudio Castro, governador interino do Rio (Foto Carlos Magno/Governo do RJ/Divulgação)
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O presidente Jair Bolsonaro convidou o governador interino do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), para viajar com ele no avião presidencial nesta quinta-feira (10). Os dois participam de evento da Marinha, no Rio, pela manhã. Depois de almoçarem, voarão juntos para Brasília, onde acompanharão a posse do ministro Luiz Fux como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

O governo Bolsonaro tem demonstrado apoio a troca de comando no Rio, desde que o governador Wilson Witzel (PSC) foi afastado em invetigação de corrupção, determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Antigo aliado, Witzel se tornou um desafeto de Bolsonaro, ao demonstrar intenções de disputar a presidência e criticar a postura do presidente no combate à pandemia de coronavírus.

Desde o início do ano, Witzel vinha tentando, sem sucesso, ser recebido por Bolsonaro para discutir temas como o Regime de Recuperação Fiscal e os royalties de petróleo. O presidente também estaria irritado com falas do governador sobre as investigações contra o filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), que correm no Rio. Uma ala do Planalto avalia que o governador atuou para prejudicar Flávio junto ao MP fluminense no caso da "rachadinha".

Já o governador interino tem encontrado portas abertas na presidência. Castro recebeu uma ligação de Flávio se comprometendo a ajudá-lo na renovação do Regime de Recuperação Fiscal logo depois de assumir. A pauta é prioritária para o governo do Rio porque permite a suspensão das dívidas com o governo federal até 2023.

Foi Flávio quem articulou o encontro de Castro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no último dia 3. Após a reunião, o governador interino conseguiu aumentar em até seis meses o prazo, que expiraria sábado, para a União decidir se renovará ou não o acordo.

Com informações de O Globo