Bolsonaro atende Trump e zera novamente imposto sobre cota de etanol dos EUA

Medida favorece o produto estrangeiro, a base de milho, e prejudica toda a cadeia de produção local, feita a partir da cana-de-açúcar

Foto: Isác Nobrega/PR
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O governo Jair Bolsonaro decidiu estender a medida que zera o imposto de importação sobre o etanol dos Estados Unidos. A taxa de 20% sobre 187,5 milhões de litros originados no país foi cortada por 90 dias, em decisão tomada na última sexta-feira (11).

O governo já havia liberado a importação de uma cota de 750 milhões de litros de etanol americano sem o imposto de importação de 20%, medida que venceu no último dia 31. A nova liberação teve participação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que convenceu Bolsonaro a fazer mais um agrado ao presidente Donald Trump, que disputa as eleições em novembro.

Isenção de impostos para o produto vindo dos EUA beneficia os produtores de milho do país e prejudica a toda a cadeia de produção brasileira. O etanol estadunidense é feito a partir do milho, e não da cana-de-açúcar, como ocorre no Brasil.

Usineiros nacionais e até a bancada do agronegócio pressionam o Palácio do Planalto a manter a barreira ou mesmo aplicar a tarifa de 20% sobre todo o etanol estrangeiro que entra no país. No entanto, os EUA não queriam apenas a prorrogação da cota e fazem uma ofensiva para que o Brasil aceitasse o livre comércio do produto.

O governo Bolsonaro já teria sinalizado que, durante o período de isenção dos impostos, os dois países pretendem debater como incrementar o comércio de etanol entre os dois países, bem como de outros produtos.

Com informações da Folha

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