Inquérito da PF que apura fogo no Pantanal está à espera de laudos há 3 meses

Operação que investiga responsáveis por queimadas na região depende de perícias em celulares e computadores que, segundo jornal, ainda não foram entregues

Combate ao fogo no Pantanal (Mayke Toscano/Secom-MT)
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Três meses e meio depois de a Polícia Federal (PF) desencadear uma operação para investigar os responsáveis pelo fogo que consumiu o Pantanal ao longo de 2020, laudos periciais requisitados na época ainda não estão prontos.

Com isso, o inquérito instaurado depois da Operação Matáá – “fogo” no idioma guató –, deflagrada em 14 de setembro, ainda não conseguiu apontar nenhum responsável. Segundo reportagem de Leandro Prazeres, em O Globo, publicada neste domingo (3), a PF considera tais laudos fundamentais para dar continuidade às investigações.

A operação mirava cinco fazendeiros da região. A suspeita é que os proprietários rurais realizaram queimadas em uma espécie de “Dia do Fogo”. Computadores e celulares foram apreendidos na ocasião. Os equipamentos foram enviados para a perícia, mas a análise não ficou pronta. Na época da operação, a PF informou que iria analisar mensagens trocadas entre ruralistas para averiguar essa questão.

Queimadas recordes

O total de focos de incêndios em matas no Brasil foi recorde em 2020. Os dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o número de focos de queimadas no país no ano passado subiu 12,73% na comparação com 2019. Ao todo, foram 222.798 focos em 2020, ante 197.632 no ano anterior.

O pior aumento foi visto no Pantanal, que registrou 22.116 queimadas em 2020 — mais do que o dobro dos 10.025 registros em 2019. Foi o maior número de focos no bioma da década. Estimativas oficiais dão conta de que ao menos 23% do Pantanal foi destruído.

Com informações de O Globo