Em meio ao escândalo, Prevent Senior tem hospital que opera sem licença em SP

Prefeitura da capital paulista multou a empresa e ameaça fechar a unidade de saúde

Foto: Guilherme Gandolfi
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Além de investigada em diferentes esferas por conta do escândalo do estudo com remédios sem eficácia em pacientes com Covid-19, a Prevent Senior tem hospitais na cidade de São Paulo que operam sem licença de funcionamento.

Nesta sexta-feira (1), a prefeitura da capital paulista multou a empresa em R$135 mil pelo fato de um hospital localizado no bairro da Mooca funcionar de maneira irregular. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) informa que a unidade de saúde pode ser fechada caso a Prevent Senior não pague a multa e regularize a situação.

"A unidade integra a rede da operadora de seguros Prevent Senior. A empresa recebeu multa no valor de R$ 135.084,91, pela irregularidade registrada na manhã desta sexta-feira, com base na Lei 16.402/16 regulamentada pelo Decreto 57.443/16", diz nota da administração municipal.

Outros dois hospitais da rede Prevent Senior, segundo a prefeitura, também estavam em situação irregular. A empresa regularizou a situação de um deles e, no caso do outro, a gestão municipal também aplicou multa.

Escândalo investigado

A operadora de saúde está sendo investigada, não só pela CPI como pelo Ministério Público de São Paulo, com base em um dossiê feito médicos que trabalhavam junto à empresa, por realizar experimentos ilegais com os medicamentos do “tratamento precoce” sem o consentimento dessas pessoas, alterando prontuários e certidões de óbito.

Em um dos depoimentos mais contundentes dados à CPI, esta semana, a advogada Bruna Morato, que defende os médicos denunciantes, deu detalhes sobre os procedimentos macabros adotados pela operadora de saúde em um suposto “pacto” com o governo Bolsonaro que teria por objetivo ocultar mortes por Covid-19, promover os remédios sem eficácia para iludir a população e, assim, dar sustentação à estratégia do governo contra o isolamento social.

Algumas famílias já vêm conseguindo junto à Justiça o direito de receber indenizações da Prevent Senior por casos de pacientes com Covid que foram submetidos ao “tratamento precoce”, sem consentimento, e que vieram a falecer.