Justiça aceita denúncia contra policiais por morte de homem desarmado em chacina do Jacarezinho

Crime teria sido praticado quando a vítima estava encurralada e já baleada no pé; agentes serão afastados de suas funções e investigados por fraude processual e homicídio culposo

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A Justiça do Rio de Janeiro aceitou nesta segunda-feira (18) a denúncia contra dois policiais civis por envolvimento na chacina do Jacarezinho, responsável pela morte de 28 pessoas.

Além do afastamento de ambos de suas funções públicas, os dois serão investigados por fraude processual e um deles também responderá por homicídio culposo.

Na decisão da juíza Elizabeth Machado Louro, divulgada pelo G1, ela definiu que Douglas de Lucena Peixoto Siqueira e Anderson Silveira estão proibidos de terem contato com qualquer testemunha do caso.

Os agentes foram denunciados pela morte de Omar Pereira da Silva, no interior de uma casa na Travessa São Manuel, número 12, no Jacarezinho.

O crime teria sido praticado quando a vítima estava encurralada, desarmada e já baleada no pé no quarto de uma criança onde havia se escondido. Ainda segundo a acusação, o policial responsável pelo disparo e outro agente, também denunciado, retiraram o cadáver do local antes da perícia de morte violenta.

A juíza também atendeu a um pedido do Ministério Público do Rio, que determinou que o inquérito da morte de Omar na Delegacia de Homicídios da Capital seja enviado ao Ministério Público, "relatado ou não, encerrando qualquer tipo de atividade investigativa de polícia judiciária, a fim de que seja apensando a estes autos, tal como requerido pelo Ministério Público, tendo em vista se tratar do mesmo objeto de investigação, ora judicializado".

A denúncia aponta que os policiais também foram responsáveis por inserir uma granada no local do crime e, no momento de registro da ocorrência em sede policial, apresentaram uma pistola e um carregador, alegando falsamente terem sido recolhidos junto à vítima.