Inconformado com a demissão do Minas Tênis Clube por uma publicação homofóbica, o jogador de vôlei Maurício Souza culpou a "turma da lacração" pela decisão feita pelo clube de desligá-lo. De acordo com ele, o diretor Elói Oliveira e o presidente Ricardo Santiago fizeram o "possível e o impossível" para segurá-lo na equipe.
O problema, na visão de Maurício, foram as ameaças das patrocinadoras Gerdau e Fiat, que prometeram retirar o apoio caso o Minas não se posicionasse de forma mais contundente.
" O Minas não teve culpa nenhuma disso tudo, a culpa foi da turma da lacração fazendo pressão em cima dos patrocinadores. Acarretou no patrocinador ameaçar de tirar o patrocínio do Minas, tanto do feminino quanto do masculino, e isso aí ficou insustentável. Meu diretor e meu presidente fizeram o possível e o impossível para me segurar na equipe, mas infelizmente eles não aguentariam perder tantos patrocínios assim", disse Maurício.
O bolsonarista afirmou, ainda, que eles "foram homens de verdade". "São homens de verdade, que eu respeito muito e admiro. Não foi culpa deles não", continuou.
O clube ofereceu uma alternativa a Maurício, que ele se retratasse nas redes sociais, mas o pedido de desculpas feito em uma conta com menos de 500 seguidores no Twitter - enquanto tem mais de 400 mil no Instagram - não convenceu.
Qual foi a postagem homofóbica de Maurício Souza?
A fala homofóbica do jogador ocorreu quando ele publicou uma foto do Super-Homem que, segundo anunciado pela DC Comics, se descobrirá bissexual nas próximas edições das histórias em quadrinhos.
“Ah é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”, comentou ele, que ainda recebeu o apoio dos colegas do vôlei Wallace e Sidão.
Também nesta quarta-feira (28), em tom de provocação, Maurício postou uma foto do Super-Homem beijando a Mulher-Maravilha e escreveu: "Bom dia".
Famoso por criar polêmicas transfóbicas e homofóbicas, o atleta estaria preparando a sua candidatura a deputado federal. Declaradamente de direita, ele se diz um "fã" da família Bolsonaro. Com a habitual grosseria, Jair Bolsonaro criticou a decisão da direção da equipe de afastar Maurício.
“Puta que o pariu, impressionante, né? Tudo é homofobia, tudo é feminismo”, declarou o presidente, pouco antes de conceder entrevista à Jovem Pan. O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) também se apressou em defender Maurício e sugeriu um boicote às marcas Gerdau e Fiat.