"Cada criança que morrer, tem que ir para a conta desses bandidos", diz Caseiro sobre vacinação

Ministro Marcelo Queiroga lançou consulta pública para decidir sobre a imunização da faixa etária. Desde o início da pandemia, uma criança morreu a cada dois dias por causa da Covid-19

Marcelo Queiroga e Jair Bolsonaro (Foto: Myke Sena/MS)
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O Ministério da Saúde abriu, na noite desta quinta-feira (23), uma consulta pública sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Chefe da pasta, Marcelo Queiroga defende que a imunização seja feita somente com um atestado médico e a assinatura de um termo de consentimento por parte dos pais.

Desde o início da pandemia da Covid-19 até o dia 6 de dezembro, o Brasil contabilizou a morte de 301 crianças entre 5 e 11 anos em consequência do coronavírus. O dado corresponde a 14,3 óbitos por mês ou um a cada dois dias, segundo a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI).

O médico infectologista Marcos Caseiro afirmou, em entrevista ao Fórum Onze e Meia nesta sexta-feira (25), que a abertura de uma consulta pública para decidir sobre uma questão técnica configura "genocídio". "Nesse momento, eu não tenho outra palavra pra esse ministro e esse presidente, são genocidas. Para cada criança que morrer e for de Covid, tem que ir para a conta integral desses dois [Queiroga e Bolsonaro] bandoleiros, são bandidos", disse.

Caseiro lembrou, ainda, que a vacina da Pfizer foi aprovada por agências sanitárias internacionais e é utilizada em crianças em vários países europeus, nos Estados Unidos e no Canadá.

"Isso é para manter esse grupo de terroristas ativos na mídia, para ficar sustentando essa barbaridade. Não é normal uma pessoa com o mínimo de cultura, que levou crianças para vacinarem a vida inteira, fazer o que estão fazendo. Isso é assassinato, tem que ir para a conta desses dois bandidos", afirmou o infectologista.

Conass rejeita obrigatoriedade de receita

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou, nesta sexta-feira (24), carta de Natal, assinada pelo presidente da entidade, Carlos Lula, em que rejeita a obrigatoriedade de receita médica para a vacinação de crianças contra a Covid-19.

O grupo afirma que crianças “não precisam ter medo de agulhas”, pois a imunização contra o coronavírus é segura e eficaz. “Eu sei que ninguém gosta de agulhas, mas vocês não precisam ter medo! Os cientistas do mundo inteiro apontam a segurança e eficácia da vacina para crianças! Ela inclusive já começou a ser aplicada em meninos e meninas de vários países do mundo”, pontuou o conselho.

Apesar de considerar uma boa medida, Caseiro pontuou que há uma lógica dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Quem compra a vacina é o governo federal. Então, de alguma maneira, nós estamos na mão do governo, que tem que fazer o empenho pra comprar as vacinas”, alertou. “Não adianta o Conass liberar. A gente precisa ter a vacina e o governo está protelando. Vai chegar um momento em que vão dizer: ‘tudo bem, vamos comprar’. Até comprar, empenhar e tal, elas vão chegar só em fevereiro ou março. É disso que se trata”, lamentou.

Assista ao programa na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=vNSCUlnXDh8