Operação suspeita de usar informações privilegiadas com ações da Petrobras pode não ser a única

Segundo dados da bolsa de valores, um outro papel, a PETRN271, também teve o que se chama movimentação atípica

Foto: Agência Brasil
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A recente operação com opções de venda de ações da Petrobras, que, ao que tudo indica, usou informações privilegiadas (insider trading) para enriquecer seus compradores pode não ter sido a única.

Segundo dados da bolsa de valores, um outro papel, a PETRN271, também teve o que se chama movimentação atípica na quinta-feira (18), antes da live de Jair Bolsonaro anunciando que “alguma coisa” iria ocorrer com o presidente da Petrobras. Roberto Castello Branco acabou demitido.

De acordo com reportagem de Malu Gaspar, em O Globo, no caso dessa opção, a quantidade de negociações ocorridas no final da tarde de quinta triplicou depois de 17h15, horário em que chegou ao fim a reunião entre ministros, na qual se debateu a alta dos combustíveis, no Palácio do Planalto.

No entanto, a possibilidade de ter ocorrido uso de informações privilegiadas não é tão clara porque os lotes negociados são menores e mais dispersos. De qualquer forma, quem poderá concluir se houve ou não é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Lucro de R$ 18 milhões

No outro caso, mais flagrante, uma pessoa ou grupo adquiriu 4 milhões de opções de venda de ação, que representavam uma aposta na queda do valor de mercado da Petrobras. Foram duas aquisições que geraram lucro de até R$ 18 milhões, o que equivale a 11.125%.

Insider trading é crime, punido com penas de um a cinco anos de prisão e multa de até três vezes o valor conseguido de forma ilícita.