O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, pode ser investigado por supostamente ter recebido repasses ilegais. A Polícia Federal (PF) encaminhou ao STF pedido de abertura de inquérito. É a primeira vez que a PF pede ao Supremo apuração sobre um ministro da própria Corte.
A solicitação é baseada em depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, em delação premiada, de acordo com informações da coluna Painel, na Folha de S.Paulo.
Cabral afirmou que Toffoli recebeu R$ 4 milhões para favorecer dois prefeitos fluminenses em processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ex-governador disse que os pagamentos teriam sido realizados em 2014 e 2015 e operacionalizados por Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Rio.
Ainda conforme Cabral, os repasses teriam envolvido o escritório da mulher de Toffoli, a advogada Roberta Rangel.
A solicitação de investigação faz parte de um novo pacote de inquéritos pedidos pela PF, com base na análise da delação do ex-governador, que foi condenado a mais de 300 anos de prisão.
O material foi encaminhado ao relator do caso, ministro Edson Fachin, que já repassou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar.
Defesa
Por intermédio de sua assessoria, Toffoli disse não ter conhecimento dos fatos mencionados e que jamais recebeu os supostos valores ilegais.
Ele refutou, ainda, a possibilidade de ter atuado para favorecer qualquer pessoa no exercício de suas funções.