Comunidades da Praia Grande, no litoral paulista, relatam surto de sarna humana

Alguns casos são tão graves que exigem internação. Doença também atingiu bairro nobre da cidade

Criança de 4 anos diagnosticada com sarna humana (Arquivo Pessoal)
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Moradores de comunidades da Praia Grande, no litoral de São Paulo, relatam o aumento de casos de escabiose, também conhecida como sarna humana, em meio à pandemia da Covid-19. Alguns casos são tão graves que exigem internação.

A doença é provocada por um ácaro parasita (Sarcoptes scabiei) e pode ser identificada por feridas na pele que causam coceira e prurido intenso. A doença ainda pode ser agravar quando as feridas são contaminadas por infecções secundárias, como as bacterianas.

Em relato ao UOL, Mayara Oliveira Florindo Alves, de 20 anos, moradora da favela da Nova Mirim, contou que contraiu sarna e apresentou feridas pelo corpo todo, inclusive na cabeça. Ela procurou atendimento médico, mas diz que o tratamento não funcionou.

"Me passaram uns remédios, que eu tomei, mas não resolveram nada. Uma noite, quando eu estava dormindo, uma mosca pousou na minha cabeça e colocou um bichinho lá [berne, um tipo de larva que perfura a pele e se alimenta dos tecidos]. Voltei ao posto mais de oito vezes, mas eles não conseguiram resolver", contou ao portal.

Segundo a reportagem de Maurício Businari, a doença também chegou a um bairro nobre da cidade, o Canto do Forte.

A Secretaria de Saúde de Praia Grande informou ao portal que não possui dados estatísticos ou controle de notificações sobre os casos de escabiose no município.

"A escabiose ocorre principalmente em comunidades fechadas e grupos familiares. A transmissão é por contato e, embora seja de fácil transmissão, é limitada pelo número de pessoas em convivência comum. A notificação do número de casos não é necessária, pois não causa epidemias ou surtos de grandes proporções", afirmou o órgão.